Coluna Robotofavil apresenta a segunda parte série de reportagens sobre o rap do final da década de 80
Críticos, jornalistas e especialistas do hip hop afirmam que o ano de 1988 representa uma era de incomparável criatividade no rap.
No final da década de 80, artistas de diferentes estilos lançaram discos que influenciaram o mundo da música com versos, sequenciadores, samplers e toca-discos.
No início do rap, os loops (amostras de músicas que são repetidas durante determinado tempo) eram feitos com fita magnética e, como muita coisa era tocada nas bases para os MCs, a presença dos teclados tornou-se fundamental para o desenvolvimento do gênero.
Os samplers tinham pouca memória e os raps eram feitos com uma série de recortes de instrumentos, batidas e trechos de músicas que iam dos maiores sucessos da música pop aos sons mais alternativos da black music. Mesmo assim, a limitação tecnológica ainda limitava a criatividade.
NOVOS EQUIPAMENTOS:
Em 1988, o hip hop foi marcado por produções mais arrojadas e complexas. Novos equipamentos como os samplers Akai (S900, S1000), MPCs (60 e 3000), Emu (SP1200) e o Ensonic (Asr-10), moldaram a música de rua na pré-história da Era de Ouro do Hip Hop.
Além da inovação estética trazida pelos produtores de rap, o discurso político ganhou notoriedade e adeptos.
Numa época em que muitos perguntavam se rap era música, a popularidade das letras contra o racismo, a violência policial e a morte entre membros de gangues saiu do círculo jovem e negro e chamou a atenção de jornais, revistas e programas de TV.
Discos dos grupos Public Enemy (“It Takes A Nation Of Millions To Hold Us Back”), Boogie Down Productions (By All Means Necessary), mostraram o lado politizado do rap.
A realidade das ruas pela via gangsta rap veio com o grupo N.W.A., no álbum “Straight Outta Compton”, Eazy-E, com o disco “Eazy-Duz-It”, e Ice-T, que lançou o disco “Power”.
MC Lyte, Jungle Brothers, Eric B. & Rakim, EPMD e Slick Rick também lançaram trabalhos que injetaram novidade na cena rap de 1988.
Diferente da cena mainstream atual, onde grande parte dos grupos falam das mesmas coisas, com timbres e batidas que parecem iguais, a diversidade no rap era bem maior no final da década de 1980.
Clique na imagem a baixo e leia a primeira parte da série sobre o rap do final dos anos 1980