“Ele vai ser um novo Milton Nascimento!” Em declaração recente, FBC afirma que aposta em Abbot como nome promissor da música mineira. Enquanto ele tem mais de 20 anos de trajetória na música, Abbot é um jovem de 21 anos que ainda busca seu caminho na cena, muito influenciado pelo padrinho aliadas às vivências de um jovem desta idade.
A história dos artistas se inicia pela conterraneidade – ambos são da Cabana do Pai Tomás, periferia da Zona Oeste de BH. Na parceria atual FBC, que assina a direção musical do álbum de Abbot previsto para o final de agosto, aconselhou para que jovem abandonasse um projeto inteiro de trap e embarcasse na onda dançante. A exigência foi que Abbot lançasse algo diferente do que já havia feito. Conhecido pelas músicas “Hylander”, “Visão de Futuro” e “Ando Negro”; e somando mais de 500mil ouvintes mensais no Spotify, o rapper se aventura pela sonoridade do Jersey Club – estilo musical criado em New Jersey na década de 90 para atender a pista de dança.
“Toda Noite”, faixa que antecede seu novo álbum, lançada em todas as plataformas de música nesta sexta-feira, 11. A música é um feat com a funkeira MC Morena, artista da periferia do Morro do Papagaio.
Na faixa, a segunda lançada, o artista traz novos horizontes para a música ao unir o Jersey Club à cena urbana, ao anseio das pistas de dança por novidades e ao funk mineiro. “Toda Noite”, que chega acompanhado de um clipe, tem produção de Pepito e traz deboche, as noites regadas a dança no cenário urbano da capital mineira dos arredores da Praça da Estação.
Depois do lançamento de “Romance de Novela”, a primeira de seu novo álbum, Abbot lança “Toda Noite”. A mineiridade presente na música dá indícios do que Abbot nomeia como “BH Club”, ritmo criado por ele. “Eu chamo de “BH Club” porque é uma parada nova. É melódico! É o que buscamos de referência no Jersey Club misturados ao funk, ao deboche da letra”. Na letra é possível sentir o tom pessoal das vivências do jovem que frequenta baladas como as da Casa Sapucaí. São experiências das noites quentes de baladas regadas a paixões e dança. O feat com a funkeira MC Morena, cria do Morro do Papagaio, periferia da regional Centro-Sul, enaltece o som de excelência produzido em Belo Horizonte. “Quando Abbot me ligou fazendo o convite, eu estava no estúdio. Recuperei um trecho de uma letra que escrevi em 2019 e encaixamos na música” relembra a jovem artista de 25 anos. Morena está na música há 13 anos e é uma das artistas mais promissoras no cenário do funk no Brasil nos últimos anos. Conhecida por sua habilidade de misturar diferentes gêneros, suas apresentações vão do funk ao forró e com suas músicas contagiosas ela já percorreu o país.
Se “Romance de Novela”, lançado no último mês, abriu as portas para o “BH Club”, “Toda Noite” dá mais indícios da onda dançante proposta e influenciada por FBC. O diretor musical, que lançou no último mês seu quinto álbum “O amor, o perdão e a tecnologia irão nos levar para outro planeta”, tem com o afilhado quatro das 15 faixas do disco. As trocas com Abbot resultaram em “Antissocial”, “Não me ligue nunca mais”, “Cherry” e “A Noite no meu quarto”.
Nas redes sociais, a repercussão da parceria de FBC e Abbot foi comentada como uma das maiores da cena atual do rap. com elogios e até mesmo memes, os ouvintes comemoraram o retorno de Abbot para cena depois de um longo período sem lançamentos.
Com o intuito de trazer novidade para a cena do Rap brasileiro, Abbot em parcerias com FBC, com produtor Pepito, construíram um álbum marcado pela sonoridade do Jersey Club, mas sem perder a essência da música de BH. Além da batida marcante com referências do funk e do New Jersey, o amor e a noite de BH também são características fortes.
Das marcas de Abbot, sem dúvida, o sorriso debochado, a versatilidade da voz e o humor são as maiores. Robert Cristian Cardoso foi quem escolheu seu nome artístico. Enquanto sonhava, gravava e produzia seus próprio som, ele conta que Abbot vem do programa de beat que usava. “Eu mesmo gravava, e no software de beat, sempre que eu finalização um som, eu precisava clicar em ABOUT, daí veio meu nome”.
Unir BH ao Jersey Club, veio da percepção que Pepito explica como “um gênero dos anos 90 que surgiu de DJ’s e produtores que queriam tocar remixes na pista de dança”. Para ele, BH é nesse pique também. “Tanto que as festas aqui, os DJ’s falam que BH tem a pista mais quente, que a galera dança mais. A gente levou os dj’s de fora na Casa Sapucaí e eles ficaram chocados porque tinha uma pista de dança que rolava a noite inteira. Então, BH parece com New Jersey nesse sentido – ‘BH Club’” finaliza.
