sábado, dezembro 21, 2024

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Antropofagia romântica: Bistrô apresenta seu álbum de estreia

O produtor musical e compositor g.rran e o cantor e compositor Duvô se conheceram em 2017 e desde então vêm experimentando sonoridades e desenvolvendo um universo multi-artístico ímpar e particular. Depois de 2 singles lançados, agora a Bistrô apresenta seu primeiro disco: homônimo, o trabalho chega nas plataformas digitais.

O trabalho abre com ‘Morangos’, faixa com menos de dois minutos de puro hit e que dá início ao álbum com a energia lá em cima, através de sopros e instrumentos de percussão; logo na sequência, ‘Banal Bounce’ segue na mesma pegada, com synths e beats que tomam conta da musicalidade.

A partir daí, g.rran Duvô mergulham em uma viagem que passa pelo R&B, trap e hip hop, destacando a faixa ‘Lip Balm’, que conta com a participação de Ogoin, cantor e compositor mineiro conhecido pelo projeto da dupla Ogoin & Linguini: o trio canta sobre a noite carioca, embalados por um instrumental dançante cheio de referências e personalidade. Lançados anteriormente como amostras do álbum, os singles ‘Rito’ e ‘Água de XXXX’ complementam a tracklist.

Inspirados pelo movimento antropofágico brasileiro, que tinha como objetivo assimilar outras culturas para desenvolver uma nova estética artística nacional, Duvô e g.rran cunham o termo “antropofagia romântica”. Essa abordagem destaca os traços antropofágicos nas relações afetivas e o “canibalismo” figurativo que as permeiam. Cantando sobre decepções e declarações de amor da mesma forma que falam sobre sexo, noites e luxo, o duo usa o próprio nome – e o título do álbum – como um pano de fundo para esse universo criado.

Enquanto a estética das letras, figurinos e visuais se mantém fiel a este espaço, a sonoridade do álbum ‘Bistrô’ passeia de forma coesa por diversas referências. É nítida a presença de R&B e hip hop na maior parte das 11 faixas, mas o funk, elementos do jungle, garage e o alternativo complementam essa base, chegando até a Música Popular Brasileira. É nítido a utilização de instrumentos que referenciam artistas como Nação Zumbi e O Rappa, até Viviane Batidão e Naldo Benny

Dessa forma, criando um universo próprio que vai além das canções; explorando uma musicalidade sem regras ou amarras; e levando esses dois fatores a uma simplicidade acessível através das letras, Bistrô constroi um trabalho com várias camadas, dependendo do ouvinte para o definir como um disco pop que fala sobre amor, sexo e suas armadilhas ou ir além, reconhecendo o trabalho como um compilado de experimentação musical dentro de um universo “cult popular” totalmente original que se posiciona no limiar dos dois mundos:

“Na realidade, Bistrô é uma grande experiência. É audição, mas também paladar, visão, tato, olfato… É uma mistura de todos esses estímulos, somado a tudo que sentimos e somos. Como resultado dessa mistureba acabamos “vomitando” uma parada muito única e também muito especial pra gente”, conta g.rran.

“Só queremos fazer os sons que gostaríamos que tocassem nos nossos fones, sem pensar muito em gênero musical ou em um nicho específico. Só nos divertir e ser voz da juventude atual que é cheia de possibilidades e completamente inquieta criativamente”, completa Duvô.

O álbum de estreia da Bistrô é um lançamento do selo somBRA, com produção de OgrowBeats e g.rran, mixagem de Thiago Fernandes e masterização de Pedro Garcia. A arte da capa é de Maria Magalhães e Ully Cabral.

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