O veterano rapper GOG apresenta nesta sexta-feira, dia 07 de abril, a música “Escrevo Demais”, primeira faixa de seu novo EP. Na atual fase, GOG tem como aliados DJ Caíque e Leo LP na produção. “Escrevo Demais” também ganhou um videoclipe produzido pela Terceiro Round Produções.
Para registrar esse novo trabalho do poeta do rap nacional, o ZonaSuburbana vai trazer uma série de reportagens sobre GOG. Seu primeiro trabalho fonográfico foi apresentado em 1992.
Numa época em que ser rapper era escolher caminhar pelas margens da música braileira, as rimas de GOG ultrapassaram as fronteiras do DF e chegaram aos fãs de rap de diversas capitais. Em São Paulo, GOG passou a ser um dos artistas e militantes mais respeitados do cenário. Ao ZS, o rapper falou sobre os três discos primeiros discos que carimbaram sua permanência no rap até os dias de hoje. GOG também se destacou por lançar um selo independente.
GOG por GOG
Peso Pesado
O ano era 1992, a oportunidade de fazer uma parceria com a gravadora Discovery culminou com um compilado onde em um dos lados do vinil eu gravei quatro faixas. O grande destaque foi a faixa “Peso Pesado”, com participações do Marcão, do grupo Baseado nas Ruas, e do DF Movimento, com produção do DJ Raffa. Foi minha primeira música a tocar nas rádios do DF e meu passaporte para São Paulo. Foi uma emoção chegar na Terra da Garoa e ouvir minha voz nas rádios e nos bailes.
Vamos Apagá-los… Com o Nosso Raciocínio
Em 1993, lancei o primeiro selo de um rapper brasileiro e esse disco que é um marco na fusão do rap e o rock. A partir daí, comecei a viajar com mais frequência. As faixas “A Voz do Brasil” e “Assassinato Sem Morte” foram bastante executadas. Era época do Projeto Rap Brasil, na Radio Metrô FM, sob o comando de Armando Martins. As duas faixas chegaram várias vezes ao topo, sendo as mais pedidas. Meu nome começou a circular nacionalmente.
Dia a Dia da Periferia
A produção industrial e mental estava a todo vapor. Em 1994, é a vez desse disco que é considerado um clássico do rap nacional e que contém seis faixas, praticamente um EP pela quantidade e um LP pelo tempo de duração. “Dia a Dia da Periferia”, “Assassinos Sociais” e “Brasília Periferia” são estouros nacionais e começo a viajar por todo o território nacional. Era lindo demais ver os olhos das pessoas brilhando, cantando e falando deles, de gente que o rap nacional passou a dar voz. Não que não tivessem, mas passar a ser unidas e amplificadas.