“3am” é o novo lançamento do rapper potiguar Teagacê, que traz temática pertinente para os tempos atuais, a ansiedade. O ponto é pouco explorado no meio do hip hop, mas é frequente na vida de muitos, e através desse som Tarcísio Galvão mostra o drama e os refúgios para lidar com a situação.
A genialidade de Teagacê ao fazer a analogia de um relacionamento amoroso, porém falido, entre um homem e uma mulher, ao refletir sobre a crise de ansiedade é de uma sensibilidade poética incrível. A atmosfera tensa de “3am” é acentuada pelo instrumental denso, tão criativo e sensacional quanto a letra, o beat rouba a cena com grave que remete ao original funk, transportando o ouvinte para os anos 70/80, ao mesmo tempo que o groove é hardcore. Excelente dobradinha de Teagacê e Mallik Beats.
A música foi gravada no estúdio StoneOne Rec., em Natal, e foi mixada e masterizada pelo próprio rapper, que também assina o lyric vídeo e todo o design gráfico do projeto. O instrumental ficou por conta de um dos beatmakers mais engenhosos da contemporaneidade, o Mallik Beats, fazendo toda a produção de “3am”.
Ansiedade é agonia, mal-estar físico e pisco que causa preocupação e medo derradeiro em situações corriqueiras que podem ser difíceis de controlar acarretando em vida incomoda. Teagacê traduz com, toda sua musicalidade, os assombros que essa relação proporciona, e sua irritabilidade revela estratégias para, no mínimo, empatar o jogo, enquanto o divórcio não tem os papéis assinados. Como comenta Tarcísio:
“O som “3am” fala sobre crise de ansiedade, tá ligado? Trato como se fosse um relacionamento, mas é puramente sobre crise de ansiedade. Teve um dia que eu tava com minha família esperando um atendimento desde as três da manhã, e bateu a ansiedade. Toda vez que o som parece falar sobre uma mulher, na verdade tá falando sobre crise de ansiedade. “Essa filha da puta só liga quando precisa”, a ansiedade só aparece para atrasar a vida, não vem para ajudar, e aí tem que ficar calmo, tá ligado? Tem que buscar táticas para se acalmar, não perder a cabeça, a ideia é essa”.
