“Seguimos na contramão há 15 anos. O que fez a gente tentar a fazer algo diferente do que é feito em Brasília foi o motivo do ‘bass rap’ estar muito ligado ao rap gangsta. Experimentamos várias coisas pra chegar ao que a gente faz hoje.”, afirma Higo Melo, integrante do grupo Ataque Beliz, que acabou de lançar o refinado disco “Voe Como Uma Borboleta – Ferroe Como Uma Abelha”, uma homenagem ao ícone negro do boxe Muhammad Ali.
Em meio ao som que domina 90% do rap do DF, com graves ao extremo, o Ataque Beliz seguiu o caminho do jazz e do soul. “No começo, pensamos em samplear, fazer beats, influenciados pelo Wu tang Clan. Depois decidimos produzir nossas próprias paradas, estudamos e nos especializamos. Começamos de maneira experimental, pra gente era uma novidade esse modo de fazer música, mas a contramão também é caminho.”, conclui Melo.
“Voe Como Uma Borboleta – Ferroe Como Uma Abelha” é um CD cheio de personalidade, dosa leveza e mensagens fortes em cada faixa. “Nosso disco tem soul, funk, jazz, reggae. Coisas que a gente foi aprendendo, antes como um trio, hoje o Ataque Beliz tem oito membros. Não ficamos presos, a galera cobra muito, mas o hip hop nos ensinou o que é liberdade. O hip hop é libertador, veio como algo que nem era aceito socialmente e hoje é uma música quase hegemônica, como no caso dos EUA. Essa riqueza musical está nas 13 faixas do álbum.”, comenta Higo.
POLÍTICA
“Esse disco é muito militante, mesmo com pegadas mais soul, mais pop, não perdemos o conteúdo político nas letras. Estamos num momento político importante, a ideia que está no disco, que foi feito em 3 anos, é atual. Fazemos um estilo de rap que é menos aceito, mas isso não é um problema. Estamos num momento bom.”, diz o artista.
Ouça o disco “Voe Como Uma Borboleta – Ferroe Como Uma Abelha”:
Visite o site do grupo www.ataquebeliz.com.br