sexta-feira, janeiro 17, 2025

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BaianaSystem lança “O Mundo Dá Voltas”, com Gilberto Gil, Anitta, Emicida, Seu Jorge, Pitty e Melly

Mais do que um novo álbum, um novo ciclo de criação. “O Mundo Dá Voltas”, quinto disco do BaianaSystem, emerge neste início de 2025, mas como fruto de um processo que vem sendo maturado há anos.

Um novo marco de uma história que começou a ser contada na direção que apontava “O Futuro Não Demora”, trabalho de 2019, esperançoso em um futuro otimista. Essa rota seria interrompida pela pandemia, registrada no álbum anterior, “OXEAXEEXU”, e por fatores políticos, ambientais e sociais. Seguindo no caminho que trilhou, o Baiana atravessou as próprias efemérides: 15 anos de carreira e uma década de Navio Pirata em 2024. Ouça nas principais plataformas de áudio.

No início desta caminhada, a “Água” e o “Fogo” de “O Futuro Não Demora”, vencedor de um Grammy Latino. Cinco anos depois, desembarcamos em “O Mundo Dá Voltas”, um disco sobre pessoas. As que sempre cruzaram o nosso caminho, como Daniel Ganjaman, em sua quarta colaboração à frente da produção, ou Gilberto Gil, Lourimbau, Antonio Carlos & Jocafi e Vandal, nas canções e nos palcos. E os encontros que parecem recentes. Mas na medida em que a história de “O Mundo Dá Voltas” vai se costurando, percebemos que não se tratam de “feats” com Melly, Dino D’Santiago, Emicida, Seu Jorge, Gilberto Gil, Manoel Cordeiro, Pitty ou Anitta, mas de um universo musical que se movimenta respondendo a um chamado para ocupar seu espaço em canções que são retratos de seu tempo, conduzidas pelos arranjos do maestro Ubiratan Marques e protagonizadas pelas mais de 150 pessoas que fizeram parte da história deste álbum. 

A faixa “Batukerê” abre o disco, em seu primeiro ato, com um convite ao sonho, um convite a pessoas de toda fé a celebrar a vida através desse toque. O querer batucar. O canto ancestral que torna presente a força e a esperança em tempos de guerra. Lançada como single às vésperas do Carnaval de 2024, é ela quem marca o começo deste novo ciclo de criação, iniciado no “Sambaqui Show”, espetáculo que estreou no dia 2 de julho de 2023, simbolicamente o bicentenário da independência da Bahia, que tem como seu grande legado o reconhecimento da participação popular, notadamente dos povos negros e indígenas. O “Sambaqui Show”, por sua vez, é um desdobramento do “Sulamericano Show”, espetáculo que levou para a estrada o disco “O Futuro Não Demora”

Em seguida somos conduzidos ao despertar, a olhar o céu azul, as estrelas, com “A Laje” e suas guerras, suas contradições. Na descida para o asfalto, um mergulho na “Praia do Futuro”. Na comunidade, o “Porta-Retrato da Família Brasileira”. Na corrida pelo dinheiro, “Magnata”, a percepção de ser “Agulha” no “Palheiro”

“Pote D’Água”, então, vem mostrar que na família sempre haverá abrigo. Em “Cobra Criada/Bicho Solto”, o equilíbrio, marcar posição: é preciso saber jogar o jogo, mas sem nunca deixar de ser bicho solto. E nossa jornada vai chegando ao fim, ou voltando ao começo, quando “Balacobaco” anuncia o Carnaval. A certeza de que “O Mundo Dá Voltas” para encontrarmos em “Ogun Nilê” a paz. O passado que o futuro ainda não alcançou. Um álbum que é o retrato da força das pessoas em sua passagem pelo mundo e do que as move por tantos caminhos, tantas batalhas. As voltas para um acerto de contas, as voltas para o mesmo lugar ou um outro completamente diferente, a capacidade de girar como a essência do sentido do mundo.

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