“No universo automobilístico, o óxido nitroso é a substância utilizada para acelerar, dando um up na velocidade e um gás no motor. Então, depois de um momento tão difícil como o que a gente viveu com a pandemia, eu senti a necessidade de acelerar o ritmo, o movimento, e foi aí que eu decidi fazer o ‘Nitro’” – Bivolt.
É com essa definição direta e repleta de significado que Bivolt fala de seu novo álbum “Nitro”, que chega para reforçar a personalidade e a essência da rapper paulistana e já se encontra disponível nas plataformas de áudio pela Som Livre. E como todo composto químico pode ter sua ação potencializada a partir de novos reagentes, a música de trabalho “Raspa Placa” traz um feat inédito com a pernambucana Duda Beat na faixa e no clipe, engrossando o time de participações especiais do projeto, que conta ainda com Gloria Groove e Emicida. Além disso, as demais canções inéditas do álbum também chegam com music visualizers no YouTube.
“Raspa Placa” entrega um verdadeiro mix de sonoridades, que navegam entre o fluxo do pancadão paulista e o tecnobrega nordestino, e promete colocar todo mundo pra dançar ao som das rimas de Bivolt e Duda Beat. Com um viés de empoderamento feminino – uma das assinaturas mais marcantes do trabalho de Bivolt -, a canção traz mais uma vez a figura da mulher como peça central, na qual elas são as responsáveis pela sua própria diversão e dão o papo de quem é que manda. Com o refrão “É só balão, só balão/Taca fogo e endoida os parça/No bailão, no bailão/Taca, taca e raspa a placa”, o clipe da faixa-foco traduz em imagens o clima da música. Com direção assinada por Cauê Tarnowski, Luq Dias e Rafael Andrade (Crazy J) e gravado em São Bernardo do Campo/SP, o audiovisual traz as artistas dançando e se divertindo ao lado de diversas mulheres, em uma atmosfera inspirada nos típicos bailes funk das periferias das grandes cidades brasileiras.
“Foi maravilhoso ter a participação da Duda Beat, essa pernambucana arretadíssima. Eu queria muito trazer uma artista de potência, como eu, e a união de duas mulheres pra fazer acontecer essa faixa. E ‘Raspa Placa’ traz essa mistura de ritmos, desde os beats do fluxo de São Paulo, passando pelo swing de Recife, até o pancadão do brega. A intenção foi juntar realmente esses elementos regionais, o que casou perfeitamente com o nome da Duda. Foi daí que surgiu a ideia de unir essas duas mulheres loucas e incríveis. Essa faixa é mais do que um discurso, é a minha vivência e também o meu desejo para todas as mulheres de fato: que a gente se empodere e possamos sempre criar e crescer juntas”, comenta Bivolt sobre o feat inédito com Duda e a inspiração para a canção.
A artista pernambucana também se mostra animada com o resultado da parceria inesperada. “A Bivolt é uma mulher incrível, que tem uma história de vida muito inspiradora. Eu já era super fã dela e não podia ter ficado mais feliz com o convite para o feat em ‘Raspa Placa’. Pra mim foi uma experiência totalmente nova, eu entrei no mundo da Bivolt, e ela me deu total liberdade criativa para compor minha parte da música e o resultado ficou surpreendente! Quem poderia imaginar que essa parceria tão inusitada daria tão certo, né? Esse é o poder da arte, tenho certeza que vamos impactar o público com essa mistura arretada! ‘Raspa Placa’ é uma música que fala do poder feminino e o clipe também tem tudo a ver com esse tema. Me diverti demais no bailão da Bivolt!”, diz Duda.
Totalizando oito faixas, “Nitro” é o segundo álbum da carreira de Bivolt, foi composto e produzido durante a pandemia e leva as assinaturas de Nave e Douglas Moda. Ao lado dos singles e clipes já lançados de “Pimenta” – um pop super feminino com a participação de Gloria Groove – e “Eu & Tu” – uma lovesong em parceria com Emicida, gênero raro na carreira do rapper, as inéditas “Raspa Placa” (feat. Duda Beat), “Chef, Chef, Chef”, “Essa Onda”, “Melhor da Vida”, “Localiza” e “Anjo” completam o disco. Em comum, todas têm o fato de trazerem mensagens de conquista e superação pautadas nas vivências e inspirações da rapper, embora cada uma à sua maneira e sob um viés diferente.
Em “Chef Chef Chef”, Bivolt reforça uma mensagem de auto afirmação destacando onde chegou até aqui, aproveitando um áudio em off no fim (“vamo curtir essa onda”) para introduzir a track seguinte. Assim como a anterior, “Essa Onda” também fala de superação, mas sob uma ótica mais espiritual, usando palavras como “escolhida” e “fé”. Mas é em “Melhor da Vida” que a artista está “tipo patroa”, cantando os corres, o sucesso e o acesso às melhores coisas que o dinheiro pode comprar. Na quinta faixa do álbum, “Localiza” (logo após “Raspa Placa” na sequência da tracklist), a rapper afirma que não vai esperar nem ficar estagnada por mais ninguém, mostrando a certeza de que é ela por ela mesma. Após “Eu & Tu” e “Pimenta”, “Anjo” é a escolhida para fechar o disco e chega com uma mensagem de clareza e autoconsciência, na qual Bivolt afirma saber o que é melhor pra si, dispensando os palpites e interferências alheias.
Enaltecendo as escolhas para as participações especiais no álbum, Bivolt complementa: “É ao mesmo tempo uma benção e uma responsa do caramba trampar com as suas referências. Acho que o mais gostoso dessas conexões é convidar o artista para estar num novo lugar, e eu gosto de colocar as pessoas num lugar improvável, sabe? Da mesma forma que ninguém imaginaria uma lovesong de Bivolt e Emicida, tenho certeza que ninguém também esperava eu num pop com Gloria Groove e num pancadão com Duda Beat”.
Sobre as diferenças e semelhanças entre o primeiro e o segundo álbum – ambos lançados em tempos de pandemia, aliás -, ela conta: “A principal diferença é que no primeiro disco a ideia era explicar ‘o que é a Bivolt’. Já ‘Nitro’ é a essência, no qual mostramos ‘o que faz a Bivolt’. Então essa é uma diferença bastante significativa. Por outro lado, a maior semelhança é a minha fonte de inspiração, que é a mesma nos dois projetos, pautada na existência humana, social, nas minhas vivências, nos elementos da minha quebrada, que me trazem de diversas maneiras uma vontade a mais de existir. É o cotidiano, de vida normal, que é o que eu gosto, é onde eu me enxergo e onde eu existo. Além disso, minha busca por inovar com novos ritmos e sonoridades também continua a mesma. Eu não sou uma pessoa acomodada, eu não gosto do óbvio. Meu negócio é arriscar e é isso que as pessoas podem sempre esperar de mim”, conclui Bivolt.