Brisa Flow lança o single “Jogadora Rara”. A canção faz uma contundente crítica ao sistema que coloca corpos racializados em museus, mas que os marginaliza nas periferias.
“‘Jogadora Rara’ faz um paralelo do mercado da arte com o mercado da música, que desde os tempos da colonização vê os corpos e a arte de povos racializados como algo para ser comercializado mas não em um local de protagonismo”, explica Brisa Flow. “É sobre a potência das mulheres racializadas de quebrada em fazer arte, mesmo diante de vários impedimentos da estrutura patriarcal eurocêntrica, e serem protagonistas de suas histórias que podem ser de vitória também”.
O clipe foi gravado na Comunidade da Coroa, no Rio de Janeiro, onde o diretor Abimael Salinas vive e conheceu o trabalho de Brisa. Ao mesmo tempo, apresenta imagens em áreas nobres do Rio, a poucos metros da comunidade em Santa Tereza, e museus de arte onde muitas vezes os corpos racializados são expostos, sendo vistos como exóticos, assim como sua arte. As mulheres que participam são artistas e ativistas de descendência preta e indígena do Rio de Janeiro que, com seu trabalho, combatem o etnocídio diariamente presente em diversas áreas. Toda a equipe é formada por indígenas e mulheres racializadas.