Depois de alguns meses de seletivas, que começaram de forma online com mais de 300 nomes inscritos, 16 talentos do rap se encontraram na grande final nacional do Red Bull FrancaMente, neste domingo (18). Marcado pelo improviso e pelo dom de transformar as palavras em arte, o evento – uma das principais batalhas de rima do país – consagrou o baiano Bl4ck como o grande campeão nacional, depois de vencer Fampa na semifinal e Yoga, também de Salvador, na decisão.
“O primeiro passo para se sentir um vencedor é ressignificar o conceito de vitória na vida. Somos muito apegados a ideia do sucesso ser relacionado apenas à um título na mão ou uma medalha, mas eu acho que já somos vencedores. Estou me sentindo bem, e pretendo aproveitar essa conquista para abraçar as oportunidades que surgirão a partir do presente, e construir algo que seja sólido.”, conta o campeão.
Com Kamau, Carol Anchieta e Mamuti no comando do evento, inclusive da transmissão ao vivo, o artista Bl4ck agitou o vibrante público digital que torceu por seus MCs favoritos por meio do YouTube, e chamou a atenção dos jurados Clara Lima, Max B.O. e Slim em meio à duelos emocionantes e que renderam até réplicas, ou seja, um round excedente para que os jurados confirmassem o vencedor da disputa. Com apenas 18 anos, o jovem já possui uma relação de longa data com o rap e com as batalhas, e é figura presente na cena desde os seus 13 anos, quando foi o mais novo da história a participar do Nacional do Duelo de MCs. Bl4ck acredita que o rap serve como forma de protesto e expressão de revolta, mas também utiliza a modalidade para recitar a vida poeticamente, de forma que transmute todas as dores e pensamentos obscuros em poesia.
“Ser jurado não é fácil, e sempre analisamos com o coração, buscando alcançar o melhor e mais real resultado. Essa competição foi incrível e contou com batalhas de muito alto nível. A mudança de formato, para algo mais digitalizado e sem público, também trouxe técnicas diferentes para os MCs, e até favoreceu alguns. Houve artistas que ficaram nervosos e não conseguiram entregar o que esperavam, e outros que estavam nervosos, mas na hora conseguiram se manter calmos e desenvolver suas ideias. Isso é batalha: estar preparado e conseguir entregar o melhor. O que vimos hoje foi maravilhoso, estou muito feliz de fazer parte e conseguir ajudar a selecionar um MC deste nível que tivemos hoje como campeão”, revela Slim Rimografia, um dos jurados do evento.
Em sua segunda edição no Brasil e em parceria com a TuneCore, distribuidora oficial de músicas do torneio, o evento conectou mais de 300 MCs de todo o País e reuniu representantes do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Fortaleza e Salvador na final nacional.
Inspirado no Red Bull Batalla, evento expoente do rap no mundo e que já reuniu um público de mais de 14 mil pessoas, a versão em língua portuguesa da competição trouxe novidades ao público brasileiro, como um formato mais digital e a criação de um aplicativo exclusivo, que funciona como uma rede social dos rappers e possibilita que artistas de diferentes localidades se conectem, interajam e, claro, batalhem.