sábado, novembro 23, 2024

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Coleção de publicações “Afreaka: África Sem Estereótipos”, será lançada em 13 de fevereiro na Galeria Olido

Uma longa e reveladora viagem pelo continente é a proposta da coleção de publicações Afreaka: África Sem Estereótipos, que será lançada em 13 de fevereiro na Galeria Olido

lançamento Afreaka África Sem Estereótipos

Cachimbo. Palavra herdada do quimbundo, língua de família bantu, de Angola. No vasto vocabulário afro-brasileiro, cerca de 1.500 termos – como batuque, pipoca e marimbondo – remetem, todos os dias, às raízes africanas. Além da intensa presença simbólica do continente no Brasil, senegaleses, camaroneses, moçambicanos e congoleses compõem, atualmente, a população da região central de São Paulo. Entretanto, essa intensa presença não significa que o Brasil compreenda a cultura da África em toda sua diversidade e riqueza. A Lei 10.639/03, que obriga o ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas, até hoje não foi implementada de maneira integral. Para promover o estudo do continente nas instituições de ensino e estabelecer diálogos entre a cultura brasileira e as suas produções culturais contemporâneas, será lançada, em 13 de fevereiro, às 18h30, a coleção de publicações Afreaka: África Sem Estereótipos, na Galeria Olido, no Centro da capital paulista.

Um dos três pilares de atuação da iniciativa Afreaka é a educação. Nesta área, foi criado, em 2014, o projeto África nas Escolas: Uma Abordagem Sem Estereótipos, que englobava cursos, formações de professores e criação de conteúdo didático. A coleção impressa, que abrange quatro volumes, é uma versão ampliada e atualizada da proposta formativa nas escolas. Professores das redes públicas e privadas do Estado de São Paulo e participantes de outros estados haviam recebido um livro digital para fomentar os debates sobre a herança africana em salas de aula. Agora, a coleção, desenvolvida com conteúdo apurado in loco em 15 países africanos, reúne mais de 40 reportagens, artigos, entrevistas e farto material de imagens que ilustra um continente protagonista, inovador e sócio-culturalmente ativo. A coletânea será distribuída gratuitamente em 1.800 escolas públicas e instituições culturais de todo o Estado. Atentos a um público muito mais amplo, que busca entender e resgatar a identidade brasileira, os exemplares também serão vendidos por R$ 50 no dia do lançamento e no site www.afreaka.com.br.

Esse projeto, de natureza multidisciplinar, traz publicações que possam servir como fonte de conhecimento didático sobre as sociedades africanas, suas culturas e formas de expressões artísticas atuais. “Tentamos, a todo momento, mostrar a história contada pelos próprios africanos, suas próprias versões. Nas viagens de apuração, tivemos o objetivo de romper estereótipos, mas não imaginávamos que seria tão fácil nesse sentido. São tantas iniciativas inovadoras, artistas geniais e movimentos descolados que tínhamos que selecionar sobre o que falaríamos de acordo com o tempo disponível”, conta a co-idealizadora do projeto e diretora do Afreaka Flora Pereira, que atua em conjunto com o designer Natan de Aquino.

No primeiro volume da coleção são abordados a mídia, a literatura, a arte, os grandes impérios e a questão de identidade. No segundo exemplar, as línguas, a autenticidade, os conceitos de sustentabilidade, a tecnologia e a filosofia. O percurso por essa África ainda pouco conhecida segue pelo movimento do grafite, as sociedades tradicionais, a música, a dança e as grandes cidades, reunidos no terceiro volume. “Nossa linha editorial também procurou trabalhar o olhar do brasileiro sobre si mesmo e a ligação do país com o continente africano. Além da herança na língua, nossos costumes, linha de pensamento, higiene, tradições e a culinária, que são intrinsecamente ligados à cultura desse continente”, completa Flora. No quarto fascículo, África nas Escolas, há uma série de sugestões de atividades e exercícios para trabalhar os variados temas apresentados na sala de aula.

Ao longo de cinco anos de existência, com esforço e com apoio das comunidades parceiras, o Afreaka acumulou conquistas que ampliaram cada vez mais o alcance e o objetivo da iniciativa de criar um novo tipo de mídia sobre cultura africana e afro-brasileira, quebrar os estereótipos existentes em relação ao continente e produzir um conteúdo inédito e de livre acesso para que sociedade civil e atores sociais possam utilizar na promoção da igualdade racial, na desconstrução do pensamento colonial e na construção da identidade latino-americana.

Com uma proposta transmídia e elaborado em uma plataforma gratuita, o site Afreaka torna acessível mais de 1.000 itens de conteúdo entre reportagens, fotografias, vídeos e ilustrações, apuradas in loco em viagens a 15 países africanos (realizadas com financiamento coletivo e apoio de mais de 300 leitores) e da produção de centenas de matérias colaborativas em uma rede de 120 escritores nacionais e estrangeiros. No campo de produção cultural e educacional, o coletivo já realizou mais de 100 oficinas, palestras e cursos, além da criação de um livro paradidático digital. Promoveu, ainda, dois festivais inéditos que uniram grandes nomes das cenas africana e afro-brasileira, envolvendo mais de 300 artistas e intelectuais de 20 países. Ao todo, o projeto já atingiu, direta e indiretamente, um público de 5 milhões de pessoas.

Serviço:
A coleção estará à venda (para público geral) por R$50  no lançamento e no site www.afreaka.com.br
Lançamento: 13/2, às 18h30, no Cine Olido, Galeria Olido
Intervenção Gastronômica com Surama Caggiano + Apresentação Musical de Ericah Azeviche

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