segunda-feira, novembro 25, 2024

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Com conceito inovador, Leopac lança clipe de “Hello Africa”

Na última segunda, 15, o rapper Leopac lançou “Hello Africa”, uma faixa única que revela sua atual fase artística que deve ser explorada no próximo álbum. O lançamento inclui um clipe que aposta em um novo conceito, “o fotoclipe”, imagens semi-estáticas e de pouco movimento para que o ouvinte aprecie a música como elemento principal.

Integrante do grupo Leve e artista do selo Imaginária Beats, Leonardo Santos é conhecido dentro e fora da sua cultura como Leopac, ativista do hip hop desde a adolescência, que se firmou no cenário musical como MC e beatmaker, já tendo três EPs lançados. Junto aos parceiros de grupo, Dough e Robson Leve, assina as produções musicais do Estúdio Lab3, importante difusor do rap em Poços de Caldas.

Enquanto o aguardado quarto EP, anunciado para esse ano, não chega às redes, Leopac mostra ao público uma faixa inédita, descolada do álbum, que sugere o gosto e a busca pela cultura africana como base de sua música.

Em “Hello Africa”, música dançante que remete aos bailes blacks, Leopac quer levantar o público nos primeiros versos que também compõem o refrão: “nós somos pretos não importa o que haja, Africa, logo ‘nós’ tá em casa”. Entre grooves de música afro americana e brasileira, a letra fala da sua vida como homem preto dentro do seu país, a partir de sua extensa vivência musical e pessoal.

O vídeoclipe de “Hello Africa”, é uma ideia original. Minimalista, revela o processo artístico em busca da estética afrofuturista, expondo a precariedade das ferramentas visuais em valorização da sonoridade. O diretor Robson Leve questiona o audiovisual, confrontando as prioridades da audição e da visão em um videoclipe. “Para mim a música é o carro-chefe e sei o poder que o visual tem, mas a ideia é sentir a música, absorver o que eu tenho para falar, minha oralidade”, conta Robson, que chama o vídeo de fotoclipe. Gravado no parque da zona sul de Poços de Caldas, o local marca a referência de passado e de ancestralidade de ambos, rapper e diretor. A paisagem de outono sob um céu azul, bucólica como as memórias de infância e inspiradora como um futuro negro imaginado a partir de suas experiências, são a marca visual do clipe. “É intimista, reflexivo. Antes de criar o futuro tem que entender e respeitar muito o passado. A música e o lugar em que gravamos trazem o respeito à ancestralidade, como a Africa na letra, o local de origem, nossa referência, que ensina muito sempre que botamos os pés lá”, declara.

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