Marcando presença e mostrando a que veio, IZA entoa “Olha quem chegou/É fogo na babilônia…O som que despertou/De Olaria até a Colômbia/ Eu sei pra onde eu vou” em “Gueto”, seu novo single.
Com a propriedade de ter se tornado dona de mais de 1.6 bilhão de streamings, indicada a Grammy Latino, apontada Mulher do Ano (GQ Magazine), a cantora carioca acaba de lançar, em todas as plataformas digitais, o single de estreia do seu segundo álbum, previsto para o próximo semestre.
“Ela é cria lá do gueto, gueto.” IZA canta a última frase de sua música nova em terceira pessoa, mas com a autoridade da artista que cresceu em Olaria, na Zona Norte do Rio, e que se orgulha disso. “Gueto” é marcado por versos e rimas como “asfalto e praia/ desce a ladeira/ é porta-bandeira/ mais tarde tem baile na quadra”, “tem festa na laje/ com grave batendo na caixa/ então olha pro alto onde a gente chegou/ eu sou da Zona Norte, Rio de Janeiro”.
O título e letra da canção tratam de dignidade. “Gueto” é declamado por uma das principais estrelas pop da atualidade, que assina a composição ao lado dos já parceiros Pablo Bispo, Ruxell e Sergio Santos. A música é um pop carregado de referências e batidas de gêneros urban como dancehall, afrobeat e até momentos com o BPM mais elevado. A letra retrata e enaltece a potência que a artista é hoje e suas origens como uma mulher que cresceu no subúrbio carioca.
O single, que faz justiça às áreas ocupadas por grupo minoritário sob pressão econômica e social empodera a missão de IZA, que foi eleita uma das 100 afrodescendentes mais influentes do mundo. Dá sequência natural ao lançamento anterior, quando em outubro de 2020 criou em parceria com Maejor o single para campanha da Unesco e Agência da ONU para Refugiados “Let me be the One”.
Segue também o tom de seus principais hits, como “Dona de Mim”, “Pesadão” e “Ginga”, igualmente ressignificantes de sua área natal, vizinha da Penha, de Ramos e do Complexo do Alemão. Afinal, “abre a porta para o gueto, gueto/ brota ouro lá no gueto, gueto/ ninguém cala a voz do gueto, gueto”.
“Foi uma música feita em família e eu tenho certeza que a mensagem que eu trago nela é muito verdadeira para eles também”, diz, sobre ter sido produzida pelo marido, Sergio Santos, com coprodução de Ruxel e Pablo Bispo. “Uma produção muito visceral, muito intensa. Essa música me passa uma sensação muito boa.”
“Gueto” também chega em videoclipe, dirigido por Felipe Sassi, que exalta símbolos do subúrbio carioca, como o sacolé, o banho de mangueira na rua, o orelhão azul, entre muitos outros. E traz uma surpresa escondida no miolo (a mãe da cantora, dona Isabel, é a mulher que sobe as escadas da igreja).
A cantora ostenta as suas conquistas, como uma linguagem brasileira, moderna e cheia de referências dos anos 2000.