A sigla PFC da nome ao coletivo recifense Poder Coletivo Crew formado por mulheres de várias periferias de Recife/PE. Formado unicamente por mulheres, o coletivo contempla os 4 elementos do Hip Hop, o Mc, o Grafite, as Danças Urbanas e um dos mais novos elementos considerados dentro da cultura Hip Hop, o Conhecimento.
Em suas letras e em sua arte, o coletivo PFC aborda temas relacionados a questão do machismo, do racismo, da desigualdade social, da despreparação e violência policial, a violência doméstica, a opressão dos padrões de beleza, entre outros temas que fazem parte do cotidiano de muitas pessoas ao redor do Brasil e do mundo. Com foco de questionar, denunciar e relatar esses problemas, o coletivo busca ajudar no processo de empoderamento e auto-afirmação dessas pessoas ajudando-as a elevar sua auto-estima, além de tirá-las da inércia para que elas possam mudar sua realidade e lutar por um mundo melhor.
O coletivo PFC usa o Hip Hop como instrumento de luta e ferramenta de transformação cultural e social, além de empoderar a região Nordeste do país, valorizando a cultura regional fazendo uma mescla entre Hip Hop e Nordeste, usando elementos regionais como o Coco e Mangue Beat em suas produções. As meninas do PFC são o único grupo de Rap de Pernambuco que além de utilizar instrumentais eletrônicos também cantam com instrumentos de percussão como a Alfaia e o Pandeiro. Saindo de sua zona de conforto e buscando originalidade, as meninas vem provando que suas conquistas não estão relacionadas apenas ao fato de serem mulheres, mais ao talento e as inovações que trazem em suas atividades, mostrando que o sexo é totalmente irrelevante, o importante mesmo é fazer e acontecer. Para afirmar ainda mais isso os 3 lemas/pilares do grupo são expostos através das frases, Todo Poder a Elas, Todo Poder ao Gueto, Todo Poder ao Povo Preto.
Formado por Laay (Rap, grafite e dança), Strega (Rap, grafite, violão e percussão), Nathê (Grafite e percussão), Anne (Rap e Dança), Bellator (Rap e poesia) e Gisele (Dança), o grupo vem se destacando na cena local estando presentes em diversas programações dos mais importantes eventos de Hip Hop de Recife.
Com planos de lançarem um CD, as meninas vem trabalhando e buscando por patrocinadores que acreditem em seu projeto e que estejam dispostos a investir nesse sonho que já provou ser real.
O CD intitulado de “Subversiva”, chegará as ruas falando sobre as mulheres revolucionárias, que quebram tabus e paradigmas, desconstroem estereótipos e desordenam a ordem injusta. Além disso, o grupo brinca com o nome do CD relacionando-o a um trocadilho com as duas partes da palavra: Sub, que seria a posição submissa e subordinada no qual a sociedade machista atual ainda tenta impor a mulher, e a Versiva, que é o fato de fazerem versos, transformando suas dores e lutas em letras que buscam remodular essa realidade “Subversiva”.
Juntamente com o projetos do PFC as meninas ainda criaram uma banca de rap feminino em Pernambuco, nomeado RimatitudeDiMina Abanca, que busca dar visibilidade e oportunidade a outras mcs femininas da região, além de promover a união e o fim da rivalidade entre as mulheres do Hip Hop PE.
Além de tudo isso o coletivo ainda busca desenvolver ações sociais para as mulheres da periferia como por exemplo o “Festival Todo Poder A Elas – I Edição” que acontecerá dia 26 de junho em Recife, no Museu da Abolição que conta com apoio da Secretaria da Mulher do Recife e a SECOD – Secretaria de Enfrentamento ao crack e outras drogas. O festival visa alcançar as mulheres da periferia com objetivo de ajudá-las a superar problemas sociais enfrentados pela mulher através de palestras, oficinas, rodas de conversa, além de cuidados estéticos e emissão de documentos.
O festival ainda conta com saraus de poesia e shows com atrações femininas.
Evento: www.facebook.com/events/TodoPoderaElas
+em www.facebook.com/poderfemininocrew