Um dos melhores ataques ao atual esvaziamento do conteúdo do rap brasileiro está registrado nas rimas de Gegê Caos e Godô, artistas que participam da “Cypher #2”, do selo Rec Livre.
Com versos carregados de negritude, os quatro MCs criticam a postura de rappers que tentam ser mestres nas rimas, mas suas atitudes cotidianas remetem ao que está gravado nos comentários raivosos de portais como G1 e páginas reacionárias nas redes sociais.
Em depoimento ao ZonaSuburbana, Gegê Caos afirma que continua fazendo a música que o ensinou a ser inconformado com a realidade.
“Passei dos trinta anos faz uma cota, minhas referências são outras, minhas discussões são outras. Eu faço meu rap, tá ligado? Estou no pé de fazer um rap que acredito que é maior que essas ideias de quem faz o melhor flow, quem faz a melhor batida. Ainda faço o rap que me fez mudar, me fez correr atrás. Um rap com mais experiência, mais vida, mais vivência”, dispara o MC.
O ano de 2017 está prometendo fortes novidades no rap combatente. Gegê Caos, Godô, Raphael d’Arte e Mvs mostram o lado negro deste levante. Os adeptos do rap diluído não precisam ficar preocupados, afinal, os participantes dessa ala são os mesmos que afirmam que o rap deve ser livre e falar de tudo.
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