“CyphAir Sinfonia da Revolução”, projeto da produtora Casa1 em parceria com Nike para comemorar o dia do Air Max com Rincon Sapiência, Nego E, Lívia Cruz, Tássia Reis, Rico Dalasam, Aori e Amiri, traz contestações sobre a cena política atual e histórias rimadas que vão além do jogo de palavras vazias que domina parte dos encontros entre MCs (confira a letra aqui).
O clipe é um trabalho do canal RapBox para a campanha especial de 30 anos do Nike AirMax, que contou com eventos entre os dias 11 e 26 de março, na Casa AirMax, em São Paulo. A soma de talentos e a originalidade de cada MC dão legitimidade ao trabalho de marketing da empresa.
Mas não se enganem, apesar da publicidade, “CyphAir Sinfonia da Revolução” tem o DNA negro e da rua, rap na sua mais rara e criativa forma. Numa cena em que muitos falam apenas de lucros, inimigos e negócios, essa reunião de MCs joga luz sobre o rap. “Os malote deixou os caras cego/Ilumino o Ori, só por isso que eu enxergo”, dispara Tássia Reis em sua parte.
Aori, rapper que também trabalha na área de marketing da Nike, manda sua ideia serena, sem papo de ostentação conversa de “vencedor”: “Riscos eu assumi, e após discos e clipes, estamos vivos, história melhor não existe/Dos estúdios pros escritórios, um MC notório/Executivo, desliga o lap, deixa eu focar no beat.”
O empoderamento para enfrentar o preconceito está nas rimas de Dalasam: “Vocês são o jogo do bicho/
Eu sou a bicha do jogo”, e Lívia Cruz: “Nossa elegância é atitude, não traje/Ascensão pra eles é um ultraje.”
Versos certeiros que tratam de temas atuais estão nas linhas de Rincon Sapiência: “Que seja a mesa cheia, que seja o fim da fome/Enquanto não é real dô trabalho no microfone”, Nego E: “Contra reforma tomando previdência/Cês vão temer ao ver pretos na presidência”, e Amiri: “E cadê meu ouro? Que pra vocês eu não devo um tostão/Eu só quero o que é nosso, devolução”.