Em 2002 o rapper MV Bill apresentou ao rap nacional a obra-prima “Declaração de Guerra”, segundo trabalho de estúdio do artista da Cidade de Deus. Esse disco trouxe clássicos da nossa música e marcou uma geração que cresceu ouvindo o hino “Só Deus Pode Me Julgar”.
O álbum foi gravado pela Natasha Records, gravadora criada por Caetano Veloso e sua esposa Paula Lavigne, e teve distribuição em todo território nacional pela gigante BMG. Com quatorze faixas, o registro trouxe participações especiais de Kmila CDD, Nega Gizza em duas canções, “Só Se For D” e “Fé Em Deus”, e uma dobradinha com o saudoso Chorão, do Charlie Brown Jr, em “Cidadão Comum Refém”.
Faixas como “Soldado Morto”, “Emiví” e “Dizem Que Sou Louco” ganharam destaque, sendo executadas em rádios comunitárias pelo Brasil a fora. Outra música que que merece destaque é a que dá título ao álbum, “Declaração de Guerra”, onde com seu flow subversivo, narra a triste rotina de quem vive em guerra civil suburbana, seja contra o tráfico os contra as milícias que aliciam os jovens. Essa faixa dá o tom do álbum, onde a narrativa de Bill busca mostrar a ótica de um favelado em seu meio ambiente.
“Só Deus Pode Me Julgar” foi o grande clássico dessa obra, que rendeu ao rapper a exibição em diversos programas de TV e foi tocada em vários programas de rádios, marcando uma época no rap nacional de letras fortes, de denúncia e proteste e de discurso contundente, numa verdadeira declaração de guerra.
Trocamos uma rápida ideia com Bill, sobre o que o álbum representou para sua carreira: “Salve o disco “Declaração de Guerra” foi um disco muito importante, em que eu tive a oportunidade de trabalhar com o meu parceiro Chorão e com o DJ Luciano, e eternizar algumas músicas como clássicos do rap nacional.”
Abaixo você pode conferir o clássico “Declaração de Guerra”:
