quinta-feira, novembro 21, 2024

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Disco Rap: “Eu Tiro é Onda” de Marcelo D2

Em 1997, após um show em Brasilia, a banda Planet Hemp teve voz de prisão e o grupo ficou encarcerado na 3ª Delegacia de Polícia na cidade satelite de Cruzeiro. A alegação foi de que a banda estava fazendo apologia ao consumo de drogas.

Após o episódio os shows do Planet ficaram mais raros, os que já tinham agenda foram cancelados e a procura pela banda diminuiu. Marcelo D2 então lança-se em carreira solo, como um rapper e propondo uma mistura do hip hop com o samba.

Nasce aí o aclamado álbum “Eu Tiro é Onda”, lançado em 1998, que foi sucesso de critica da ápoca, principalmente em São Paulo, onde o rap carioca não tinha uma acitação fácil. O projeto, gravado pela Sony, teve produção de Rodrigo Nut’s, Zé Gonzales e do próprio D2.

O álbum contou com diversas participações especiais, como a do rapper estadunidense Shabazz, the Disciple, na faixa título, e de uma banca com BNegão, Black Alien, Speed Freaks e Jackson, todos músicos com passagem pelo Planet Hemp, que somaram na faixa “O Império Contra Ataca”.

O disco ainda teve a música “1967”, com sample de “Banden Powell – Canto de Ossanha”, onde D2 narra sua trajetória até a vida adulta, a regravação da música “Eu Tive um Sonho”, original de Thaide & DJ Hum, e uma versão rap, sem banda, de “Mantenha o Respeito”, do Planet Hemp.

A proposta de mesclar rap com samba, apesar de não ser inédita, agradou geral, tanto a ala comercial, pela sonoridade radiofônica, como a ala sambista, que se sentiu representada, até mesmo os mais gangstas se sentiram atraídos pela beleza do boom bap de “Eu Tiro é Onda”, além do disco ter a essência do rap underground em sua lirica.

O álbum termina com a faixa “Baseado em Fatos Reais”, onde D2 narra o episódio de 1997, que cuminol em sua prisão, Black Alien divide os vocais nessa track, o Mr Niterói foi companheiro de cela do MC nessa ocasião.

O álbum de Marcelo D2 se tornou um manifesto politico sobre a descriminalização da maconha, e reforçou a luta do rapper (e do Planet Hemp) sobre o assunto. Abaixo você confere na integra esse clássico do hip hop nacional:

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