Em 1998, o grupo de Hortolândia Realidade Cruel debutava no rap nacional com o álbum “Só Sangue Bom”, lançado pelo selo RDS Fonográfica e com produção do Aliado G do grupo Face da Morte, sob o selo do FDM Produções, enquanto que a masterização ficava a encargo do lendário DJ Raffa.
O Realidade Cruel era formado por Douglas, Keno, Flagrante e o DJ Bolha, e nessa estreia o álbum teve nove faixas e contou com a participação do padrinho e conterrâneo Aliado G, que somou nas faixas “Intro” e na titulo “Só Sangue Bom”, um dos destaques do disco, e que seria repedido no disco do Face da Morte, “O Crime do Raciocínio”, na música “Tático Cinza” e também num projeto de 2003 que promoveria a fusão entre os dois grupos, lançando o álbum “De Quem É A Culpa?”, sob o nome de Face Cruel.
Grande sucesso do álbum foi o som “Dia de Visita”, sendo executada fortemente em rádios do gênero como a 105 FM, no programa Espaço Rap. A música contém sample do grupo KC & The Sunshine Band, com a faixa “Do You Wanna Go Party”, o que ajuda a dar a atmosfera que a letra da música quis passar ao retratar um dia de visita da família a um detento e o cotidiano no sistema carcerário brasileiro.
O álbum traz a essência do hip hop da segunda metade dos anos 90, com temas direcionados a violência, miséria, descaso politico e drogas, porém com a identidade do Realidade Cruel, que buscava a sincronia dos temas pesados com a harmonia de samples e beats sempre bem estruturados. O disco “Só Sangue Bom” além de ser um marco para o rap nacional, despontando um dos mais importantes grupos, também deu voz ao interior paulista, fortalecendo a cena do rap na região e, ao lado do Face da Morte, impulsionando outros grupos em suas carreiras, como o Inquérito, que hoje é sucesso consolidado.
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