Um exercício rápido: entre na sua plataforma de música favorita, procure as playlists de trap e conte quantas faixas de mulheres você encontra. Se a sua resposta foi “nenhuma”, não se deixe enganar pensando que não existem várias rappers lançando (bons) sons nesse meio. Pensando nisso, Drik Barbosa se debruçou sobre o estilo para questionar a respeito do machismo presente no mercado e combater os diversos preconceitos que a mulher negra vive no seu dia a dia. O resultado é a canção “Rosas“, já disponível nos aplicativos de música e parte do primeiro disco de estúdio da artista paulista, que chega pela Laboratório Fantasma e com o apoio da Natura Musical no segundo semestre de 2019.
Tema recorrente no trap, o dinheiro ocupa as primeiras linhas da narrativa criada por Drik. “A negritude é colocada na base da pirâmide da sociedade pelo racismo estrutural. Sendo que a mulher negra, por enfrentar o machismo também, se sente ainda mais abaixo dessa base“, diz a cantora. “Ao falar de dinheiro e de ostentação, coloco a gente no lugar de merecimento, fartura e prosperidade“, completa.
Produzida por Grou, nome também responsável pelo EP de estreia da rapper (Espelho, de 2018), “Rosas” ganhou esse título para fazer uma alusão ao racismo e à violência que vive. A hipersexualização do corpo da mulher negra, inclusive, é outro assunto abordado na letra. “É como se a rosa representasse a mulher negra, que, por enfrentar muitas dores, precisa criar espinhos para conseguir se proteger e também sobreviver“, explica.
Assinada por Drik em parceria com Lira e Cínico, “Rosas” é a segunda música revelada do primeiro disco de estúdio da artista. Ela sucede “Quem Tem Joga“, single que contou com a participação de Gloria Groove e Karol Conka e que já soma mais de 2 milhões de views em seu videoclipe.
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