A música urbana é uma construtora de pontes e uma destruidora de muros. Símbolo dessa afirmação é o feat entre Lucca DL, artista brasileiro radicado nos Estados Unidos, e o carioca Guxta, nome forte da cena rap que vem explorando as vertentes do drill. Em “Não é o Fim”, o rap e o funk se misturam nas rimas afiadas e flow vigoroso da dupla. A faixa chega dia 10 de novembro às plataformas de áudio e vídeo.
Com vários pontos em comum em termos musicais e também de sonhos, Lucca e Guxta ignoraram as barreiras geográficas para gravar o clipe da faixa em pontos icônicos de São Paulo como a Estação da Luz, por exemplo. A cidade agradece em receber a adição poética dos artistas. “Eu usei uma base que mistura funk com drill. Voltei para o Brasil para filmar o clipe. A letra fala da jornada de dois rappers jovens que já conquistaram bastante, mas ainda tem muito para atingir no futuro”, explica Lucca.
Como de praxe na geração que usa as redes sociais para diminuir as distâncias, Guxta conheceu Lucca DL através de “False Alarm”, faixa que o artista gravou com o rapper canadense Connor Price. “Eu tinha visto esse trampo dele, a gente começou a se seguir no Instagram e marcar de se trombar. Nesse espaço de tempo eu lancei sons calcados no drill, aí ele escutou e me convidou pra fazer uma participação na faixa ‘Não é o Fim’ e fizemos esse clipe monstro”, conta Guxta.
“Tenho a vida que muitos pedem/ Isso faz parte, não é ruim (…) Mano, eu sei que já conquistei muita coisa, mas eu não tô perto do fim”, versa Lucca DL, resumindo um pouco da ambição que permeia seus planos para o futuro. É curioso como Guxta entra como fator contrastante em termos de vivência, mas acaba chegando a um denominador comum dentro do single. “Lembra que antes eu não tinha Playstation?/ Com 17 eu vi que tinha a faca, mas faltava o queijo”.
O audiovisual de “Não é o Fim” transporta Lucca diretamente para as tendências do que tem sido feito dentro da cultura de música urbana brasileira. A edição frenética, a ideia de irmandade reforçada com parceiros dos artistas fazendo presença apontam um novo marco para o jovem rapper em termos de produção de vídeo e, possivelmente, abrindo as portas para um novo público. “Bolei da gente passar muita energia no clipe para representar quem também está no corre de buscar crescer na vida, sem nunca desistir”, destaca Lucca.
Embora vivendo em países diferentes, ”a ideologia do som de ambos é compartilhada”, aponta Guxta. A química que rolou é inegável e o público dos dois talentos vai poder participar dessa troca de energia e se integrar, assim como rolou com a canção. “Ele é um moleque foda, eu curti muito o trampo dele, não só como rapper, a pessoa dele também, é gente boa. Eu também sou uma pessoa boa, meus amigos são do bem. Então, eu acredito que não é somente no som que a realidade se encontra. Só dele estar nos Estados Unidos tentando uma vida artística também, já é um bagulho que não é fácil. Ser um estrangeiro em um país fora. Eu curto demais o som dele. É aquelas coisas, aquelas crocâncias, né, pá, é drill e os BR domina tudo, velho, não dá”, conclui. Esses dois ainda vão criar e produzir muito.