“Não acredito em gangsta-rap. É um termo criado pela mídia. O gangsta-rap não existe. Acontece que é um estilo musical violento ou que contém violência explícita. Eu respeito Snoop Doggy-Dog, Tupac Shakur, que Deus esteja com ele, e Dr. Dre. Eles são representantes dos que fazem trabalhos que vêm do coração. Aqueles que os imitam são os que dão má reputação ao som deles”, afirmou Pras, um dos integrantes do Fugges, em 1996.
Num período em que o hip hop havia perdido recentemente rappers como Eazy-E (1995) e Tupac (1996), representantes do gangsta rap, “The Score”, segundo álbum do Fugges, vendeu mais de 8,5 milhões de cópias pelo mundo, com uma proposta mais voltada ao soul, letras conscientes e uma versão de “Killing me softly”, sucesso de 1973 da cantora Roberta Flack.
No Brasil, a cena gangsta ainda dominava, mas o som de The Score invadiu os bailes, as rádios comunitárias e as grandes emissoras. O estilo do rap de Lauryn Hill (21 anos na época), Pras (25 anos na época) e Wyclef (26 anos na época) deu uma nova cara ao hip hop. “Fu-gee-La”, “Ready or Not” são faixas que provam a atualidade e importância do disco.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Pras falou da essência do trabalho do grupo. “Os artistas o fazem pela fama e pela glória. Para nós, música é a paixão número 1. Não se pode pensar só em ganhar dinheiro.”
Ouça o álbum “The Score”: