Todos nós construímos nossas histórias, fazemos nossas escolhas. Podemos permitir que o ambiente em que fomos criados determine quem somos, ou não. Mas poucas pessoas têm a coragem de compartilhar sua trajetória de forma tão honesta quanto a MC, compositora e cantora Lurdez da Luz faz em “Modo Aleatório” seu novo single e clipe que sai em parceria com a Amplifica Records.
Gravado na casa do diretor Cainã Tavares em São Paulo e com equipe bem reduzida (participaram da gravação apenas a maquiadora Rebeca Pedroza, o diretor e a própria Lurdez), o vídeo é um exemplo de como com pouco pode se fazer muito. A artista parece estar numa superprodução, mas nada como uma boa iluminação e cortes de câmera inteligentes não possam resolver para tirar a estética que ficou marcada pela pandemia de Covid-19. Single e clipe também tiveram produção e assistência de Márcia Pinto.
“Íamos gravar na Luz onde eu cresci, porém, mesmo sendo só eu, diretor e maquiadora na equipe, não é momento de rua. Arte é essencial, porém nesse quadro que temos em São Paulo, essencial é ficar vivo! O centro tá triste, tá abandonado, muito mais pessoas morando na rua… Enfim, o ponto é fica em casa, certo? A música tem uma frase que diz: ‘meu corpo é minha casa’, então a partir daí escrevi o roteiro com ações que nos ajudam a manter a sanidade dentro de casa, mas pra não ficar mais um vídeo de registros da pandemia, coloquei cenas bem de clipe mesmo cantando pra câmera, não aquela coisa reality show, cenas mais lúdicas e figurino. Mandei pro diretor que é câmera e iluminação e tudo mais, e ele teve ideias melhores em cima das minhas e assim foi”, conta a artista.
Em “Modo Aleatório”, Lurdez da Luz expõe suas fortalezas e vulnerabilidades, coisas que sonhou, coisas que realizou, fatos que presenciou. Sem obedecer a uma linearidade em suas rimas, a MC paulistana reflete sobre seus caminhos na arte e na vida. Nem tudo é explícito. Lurdez canta que o “da Luz” é de território, já explicando sua origem: bairro da Luz, centro de São Paulo, o berço da Cracolândia. Onde ela cresceu importa; porém, mais do que se apegar ao passado, o que vale mais é para onde ela vai. Da Luz quer iluminar, e não ser mais uma vítima de um lugar sombrio.
Por isso, compor e gravar no meio disso tudo, foi reconfortante para ela. “Foi muito rápido e prazeroso. Aquela coisa que veio fácil. O Will, DJ Quebrante, uma dupla de DJs e baixista que vão produzir todos os meus próximos lançamentos me mostrou o beat e eu curti. Na sequência fui assistir aquele documentário da Anitta, Made in Honorio, e veio de uma forma muito suave as rimas do refrão. Sem esforço fui escrevendo e ficou pronto uma hora depois. Nem sempre é assim, mas dessa vez foi bem fluido e o mais importante, disse o que queria dizer no meu estilo de escrita original de quando comecei: versos bem rimados, bem falados, que tratam da realidade, mas sempre de forma poética”, explica Lurdez.
Confira “Modo Aleatório”, abaixo:
A música estará em seu novo disco “Paradísia”, está previsto para sair ainda este ano e terá 10 faixas. Ela revela que os sons serão conhecidos pela galera, já que trazem um casamento que sempre fez no rap, misturando a música brasileira, latina em geral e caribenha com reggae e suas vertentes. O projeto está sendo viabilizado pela Lei Aldir Blanc, com fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Governo do Estado de São Paulo e Governo Federal e tem apoio cultural da Plataforma Amplifica Music.
“Modo Aleatório” está disponível em todas as plataformas de streaming.
