sexta-feira, novembro 22, 2024

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Em novo clipe, Stillo Radical convida Buia Kalunga para caçar racistas

“A fumaça que paira no vídeo é uma referência à indiferença e ao privilégio branco”

Depois de um período revisando os trabalhos e gravando novas tracks, o grupo Stillo Radical lança seu primeiro videoclipe de 2018. “De Brisa” é um rap antirracista que coloca na mira a intolerância e a atuação da extrema direita que não aceita a ascensão social dos negros.

Num clipe cheio de suspense, Marc Jay e DJ Márcio, convidam Buia Kalunga para rimar a reação de quem não vai mais aceitar a desigualdade.

Com beat e roteiro do DJ Cortecertu, “De Brisa” é lançado num momento em que a comunidade negra, os movimentos sociais e coletivos de periferia protestam contra o assassinato de Marielle Franco, vereadora e ativista, entre outras manifestações violentas do racismo estrutural.

Essa ideia de que racismo não existe, que não passa de mimimi, que os próprios pretos são preconceituosos, que não deveria ter cotas, etc…É dessa brisa que estamos falando. Chamamos o Buia para participar, pois, ao conhecer alguns de seus trabalhos, vimos que seu diálogo é muito próximo do nosso”, comenta Marc Jay.


PARCERIA FORTE

Buia Kalunga, rapper e militante de Santo André, diz que ficou feliz com o convite dos membros do Stillo Radical. A identificação com a trajetória do grupo- que foi formado nos anos 1990- e os versos de Marc Jay foi imediata.  

Senti a fúria negra e a vontade do revide na letra do Marc Jay. Este lance é um sentimento muito presente nos pretos daqui do Brasil, nos índios, nos povos não-brancos que foram colonizados. Em vários momentos na história houveram revoltas populares. Hoje não temos os grilhões de ferro nos pulsos, mas temos outros grilhões que precisamos quebrar”, fala Kalunga.

“‘De Brisa’ tem uma letra forte e bem elaborada, pois faz a junção da linguagem política dos versos de Buia Kalunga- no estilo ‘Panteras Negras’-, com as rimas de rua de Marc Jay, rapper que mescla a revolta de diferentes personagens das favelas, do professor ao mano que entrou pro crime. A fumaça que paira no clipe inteiro é uma referência à indiferença e ao privilégio branco”,  diz DJ Cortecertu.

Márcio fala sobre a produção do clipe: “O vídeo foi gravado em um único dia, mas para que isso fosse possível nos reunimos para acertar diversos detalhes, como vestuário, cenários, iluminação, entre outras coisas. Acredito que conseguimos retratar exatamente como os pretos se sentem em várias situações: perseguidos. Inserimos no final do clipe uma matéria da vereadora Marielle Franco que reforça nossa mensagem. Também foi uma forma de homenageá-la”.

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