O soteropolitano Yan Cloud lança seu segundo álbum “Pinkboy”, que poderá ser conferido nas principais plataformas de streaming. A escolha do nome representa a subversão do que se espera de um jovem negro. É nadar contra a maré, desafiar estatísticas, quebrar regras impostas sobre vida, sobre a arte e sobre o que se pode e deve ou não fazer. É sair da caixinha.
“O significado que atribuo a esse nome está em duas palavras: emancipação e liberdade. Cresci e fui criado por uma família evangélica que me cercava de proibições e pensamentos quadrados. Sempre fui obrigado a seguir uma linha de pensamento e comportamento e, assim, fui deixando de ser eu e me tornando o que esperavam de mim.”, diz o artista.
A identificação com a cor rosa e a escolha dela como marca pessoal veio também como uma forma de resistência. Desde a infância nos ensinam que cores têm gênero e a cor rosa sempre chamou atenção de Yan, que sempre foi proibido de usar ou ter objetos rosas, assim como também sempre foi proibido de usar cortes afro e deixar o cabelo crescer. Ignorar as opressões familiares e assumir suas raízes foi um passo muito importante para o artista, hoje ele não troca a persona e estilo marcante que criou por nada.
O álbum contém 7 faixas (incluindo “Bafana”) e aborda sempre questões de cunho social e racial, trazendo em seus versos a potencialização da autoestima preta e valorização do relacionamento afrocentrado. A sua musicalidade traz misturas de ritmos como rap, trap e o funk, imprimindo a sua identidade dentro do que se entende de música pop. Além de utilizar a cor rosa como um símbolo de revolução.
Ouça abaixo “Pinkboy”:
Yan surge na cena em 2015 com lançamento de uma série de singles. Em 2017, lançou o EP “Alívio”, primeiro trabalho solo, que ficou em oitavo lugar entre os melhores álbuns baianos do ano, em votação popular no site Elcabong.