Para um mundo em decomposição, Emicida optou por escrever como quem manda cartas de amor. O resultado desse exercício é o novo projeto de estúdio do rapper paulista, “AmarElo”, em que ele propõe um olhar sobre a grandeza da humanidade.
Com o título inspirado em um poema de Paulo Leminski (amar é um elo | entre o azul | e o amarelo), o artista busca – ao longo das 11 faixas – reunir heranças, referências e particularidades encontradas na magnitude da música brasileira e aplicar a elas olhares e aprendizados que acumulou desde o lançamento da sua primeira (e clássica) mixtape “Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida Até Que Eu Cheguei Longe” (2009).
A lista de participações de “AmarElo”, traz Fernanda Montenegro, (declamando o poema Ismália, na faixa de mesmo nome, uma reinterpretação ousada de um poema canônico), Zeca Pagodinho (cantando sobre amizade numa faixa em homenagem a Wilson das Neves), Marcos Valle (adicionando um piano mais do que brasileiro à faixa Pequenas alegrias da vida adulta, que poderia ser um resumo do disco), Fabiana Cozza, Larissa Luz, e as já conhecidas dos singles lançados anteriormente: “Eminência Parda”, a faixa-título “AmarElo” (part. Pabllo Vittar e Majur) e “Libre” (part. Ibeyi).
Entre discos, EPs e mixtapes, este é o 12; trabalho de Emicida, que também tem uma gravadora e marca de roupas, Laboratório Fantasma, o podcast NÓIZ, além de movimentar o canal no Youtube com o quadro Vem de zap e participar de debates no programa Papo de segunda, no GNT.