Um só dia não é o suficiente para refletir sobre a condição política e social da mulher.
O ZonaSuburbana ao longo do mês de março irá falar sobre algumas músicas, letras e MC’s importantes para o hip e hop que trouxeram significativas referências no debate sobre a questão de gênero.
E por quê? Porque é de conhecimento geral que a arte e a música tem um poder não só educador como transformador. Vemos isso em vários relatos, principalmente de rappers, sobre como a música e a arte contribuíram de maneira decisiva na formação de muitos deles e os direcionou à melhores escolhas na vida.
Com relação às mulheres, muito se fala em sororidade hoje em dia, um termo que remete à aliança e irmandade no sentido de ser um princípio quase que fundamental do feminismo, baseado por um código de conduta ético na luta por igualdade.
Antes mesmo do termo, esse sentido de união e conscientização sobre qual o papel das mulheres frente a uma sociedade fortemente patriarcal, sempre precisou ser recorrido. Não foi e nem é diferente no rap, um cenário majoritariamente masculino e machista em várias de suas concepções.
Temos com Queen Latifah esta bandeira hasteada. Desde o início de sua carreira, quando era membro do afrocentrado coletivo de rap Native Tongues nos anos 80 e já no lançamento de seu primeiro disco em 1989 o “All Hail The Queen”, a rapper Q. Latifah abordava categoricamente a temática por direito das mulheres. Em 1993 lançou o “Black Reign” que lhe rendeu o antológico “U.N.I.T.Y.”.
Na letra Q. Latifah diz sobre união, sobre respeito, sobre se impor com os homens, e narra na letra em três diferentes atos, situações de abuso por quais as mulheres passam como abuso físico, abuso psicológico e sobre ser pressionada ao caminho da marginalidade por convenção. As ideias avançadas de Queen Latifah juntamente com todo seu talento lhe conferem a ideia de ícone inquestionável do rap e por isso abrimos nosso festivo e combativo mês de março com ela.
Assista, abaixo o clipe de “U.N.I.T.Y.”: