Com influência da música gospel, Felix não esconde sua admiração por Kanye West, mas ressalta que ele não é a única fonte de inspiração. Basquiat, Kid Cudi e Alejandro Jodorowsky foram referências igualmente importantes. “Elefante” dialoga com o ouvinte e, ao mesmo tempo, é intrapessoal. O misto de emoções transmitidas durante a audição, evidencia-se nas diversas sonoridades ao longo do disco, lançado nesta quinta-feira (21).
“É um álbum sobre infância, adolescência e início da vida adulta. Um olhar sobre a miséria material e espiritual, mas também sobre as bênçãos que a vida nos dá sem que a gente peça“, afirma o artista.
Produzido pelo próprio Felix, Masthif, Cínico e Wendeus, o projeto possui 14 canções e participações de Débs, Rômulo Boca, THC, Rodrigo Zin, Mia, Libertamente Sounds, Bilak Rockwin, Kaneda, Letts, Lua, Kiim Vênus e Cayo Carig, responsável por todas as artes do álbum. A capa do disco traz referências de Akira, 2001, O Pequeno Príncipe, Dragon Ball Z e Daft Punk.
“Elefante” é memória, é vontade, é ressentimento, é perdão. Uma obra que fala também de anseios, ambições e revela um artista com a escrita mais livre, algo natural por se tratar de um disco solo. Técnico e criativo, é um álbum fora da mesmice, embora não seja complexo. Contudo, passa longe de clichês. Os singles do disco são “Basquiat” e “Canção sem Nome”, lançados recentemente.
“É como lembrar de um dia em que sua mãe cuidou de você quando não havia mais nada, lembrar da saudade que bate quando estamos longe dos filhos, lembrar da neurose e depressão, nossa e dos amigos, que muitas vezes fingimos não ver para evitar transtorno, exposição“, conta. Nesse disco, Lucas está com “os pés no chão e muita humildade“. “Falo de drogas, falo de festa, falo de dor e falo de feridas profundas que, por enquanto, só consegui tratar através do som e espero que quem ouça encontre um caminho para as próprias feridas“.