Festival Internacional de Cultura de Periferia chega à sua terceira edição em 2018. Neste ano, a aposta da curadoria é em uma programação ainda mais variada e representativa das diversas periferias do Brasil e, como de praxe, com representação internacional. Sob o tema do “Afrofuturismo”, o festival acontece entre 19 e 24 de novembro, com atividades em diversas Regiões Administrativas e shows no Museu Nacional da República. Todas as ações são gratuitas.
Realizado no Mês da Consciência Negra, o Favela Sounds levará o público do DF à quatro oficinas, cinco debates e duas noites de shows. Além disso, o evento realiza quatro atividades em unidades do Sistema Socioeducativo do DF, focadas na reinserção social de jovens em privação de liberdade. Sempre atento à necessidade de inclusão e ao debate de pautas como o empoderamento negro e periférico, o feminismo e os direitos LGBTQIA+, Favela Sounds tem como meta, em todas suas etapas, fomentar a diversidade e a valorização das produções periféricas.
Em 2018, o festival finca sua inspiração no movimento Afrofuturista. Nascido na década de 1960, o Afrofuturismo foi um grito da população negra quanto à sua existência, resistência e à valorização de sua cultura, tornando-se um importante movimento cultural que inspira a importância da identidade negra para a construção do futuro. Essa estética permeia toda a terceira edição do Favela Sounds, sendo base para a identidade visual – criada pelo grafiteiro/artista plástico POMB – e inspiração para a curadoria, que traz nomes como Rico Dalasam (SP), Keila (PA), Hiran (BA) e Flora Matos (DF/SP).
Além deles, sobem ao palco La Furia (BA), Don L (CE), MC Tocha (PE), Mulher Pepita (RJ), Drik Barbosa (SP), Flávio Renegado (MG), Preta Rara (SP), Deize Tigrona (RJ), Bia Ferreira (SE), Fabriccio (ES), MC Tha (SP) e Sandrinho Contexto (RJ) – DJ de Mr. Catra que vem ao festival prestar homenagem a este nome que foi importante inspiração e primeiro incentivador na criação do Favela Sounds. Além deles, o Favela 2018 conta com a presença internacional do DJ Marfox, artista lisboeta de origem são-tomense e residente da “Noite Príncipe“, uma das principais iniciativas para a popularização do afrohouse da Europa.
Representando a riquíssima produção periférica do DF, apresentam-se Hodari, nome que tem ganhado visibilidade nacional; Donas da Rima, ícones do rap local; Yorubeat, novo projeto da DJ Donna e do DJ Jeff Bass (Curitiba) que tem como base o movimento do afrohouse; Forró Red Light, duo de DJs que aposta em uma mistura do tradicional forró aos beats da música eletrônica, sobretudo a bass music; DJ Janna, reconhecido nome do movimento Hip Hop; Na Batida do Morro, selo das pistas de Brasília com set de funk; Marmittos, novidade do cenário rap da capital e a DJ Kashuu, que também soma à festa as maiores novidades do funk carioca e paulista.
Com patrocínio da Oi e da Skol, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Distrito Federal, e realizada pela Um Nome Produção e Comunicação, a programação do Favela contempla oficinas em diferentes regiões administrativas do DF. Nomeada de “Ralação”, a etapa de oficinas do festival acontece em quatro diferentes centros culturais independentes de RAs do DF.
Estas atividades têm seus locais no Varjão, com a oficina de Produção de faixas autorais de baixo custo, ministrada por Higo Melo (no Espaço Cultural Palco); na Ceilândia, com a oficina de Cenografia, ministrada por Diego Zabelê e Didi Colado (no Jovem de Expressão); em Samambaia, com a oficina de Empreendedorismo na Quebrada, ministrada por Wemmia Anita (no Espaço Imaginário Cultural); e em São Sebastião, com a oficina de Percussão ministrada por Macaxeira Acioli (na Casa Frida).
A etapa Papo Reto também ganha mais força, adentrando escolas da rede pública de ensino com importantes debates. A rapper Preta Rara, que faz parte da programação dos shows, é o nome da mesa “Rap é compromisso – Rima e identidade”, que será realizada nas escolas CED 3 de Sobradinho e no Centro de Ensino Fundamental Telebrasília, na Vila Telebrasília. Já Renê Silva, jovem criador do jornal comunitário “Voz das Comunidades” e atualmente um dos 100 jovens negros mais influentes do mundo segundo a organização nova-iorquina MIPAD, é o convidado da mesa “Notícias da favela para a favela – Como o jornal “Voz das Comunidades” ganhou o mundo”, realizada na escola CEM 1 do Núcleo Bandeirante.
Neste ano, o festival ganha uma boa novidade: o espaço Favela Sônica, co-criado entre o Lab Sônica, laboratório de experimentação sonora da Oi Futuro, e o Favela Sounds. Este será o espaço de convivência do festival, que servirá como área de descanso e ponto de encontro na arena do festival, além de contar com programação artística e debates específicos.
Na sexta-feira, dia 23, o Favela Sônica abriga o debate “Toca na pista, toca na Favela – Fomento, produção musical e novas plataformas”, que tem como convidados um representante da Secretaria de Cultura do DF e um convidado do LabSônica, laboratório de experimentação artística da Oi Futuro (RJ).
Já no sábado, 24, a literatura negra e o encarceramento de massa são os temas debatidos pela escritora paulistana Juliana Borges na mesa “Literatura Negra”. Ela aproveita para lançar seu mais recente livro, “O que é Encarceramento em Massa?”, da série Feminismos Plurais, organizada por Djamila Ribeiro.
Nas duas noites, o espaço Favela Sônica conta com microfone aberto para que o público do festival possa arriscar algumas rimas e, no dia 24, o espaço tem, ainda, o lançamento do Slam Favela Sounds, primeira edição deste encontro de jovens poetas de todo o DF, cuja pauta principal é a diversidade nas quebradas.
O Favela Sounds também realiza ações em unidades do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal. Nomeada de “Tamo Junto”, a etapa acontece em formato de conversa e pocket shows, contando com os artistas Vera Verônika, Nego Dé e o DJ Chokolaty. Eles se apresentam e compartilham suas trajetórias artísticas com meninas e meninos do sistema: um papo inspirador sobre vida na periferia e os desafios das realidades dos jovens em questão e perspectivas de futuro. Alguns jovens internos das Unidades foram autorizados a participar das oficinas do festival, fato que comprova o compromisso do Favela Sounds com o futuro da juventude periférica do DF.
A curadoria musical e coordenação geral do Favela Sounds são assinadas por Guilherme Tavares e Amanda Bittar, diretores da Um Nome Produção e Comunicação. O festival conta com apoio da Oi Futuro, CMA Advogados, Ruas/Jovem de Expressão, Saulo Transportes, Restaurante Pê Efe, Panificadora Trigo de Ouro, WMed Uti Móvel, Sticker Squid e Central de Produção.
Serviço – Favela Sounds – Festival Internacional de Cultura de Periferia – 3a Edição
Quando: de 19 a 24 de novembro de 2018
Onde: Praça do Museu Nacional Honestino Guimarães (Brasília/DF) e em espaços culturais independentes e instituições públicas nas RAs de Ceilândia, Samambaia, São Sebastião, Varjão, Brazlândia, Santa Maria, Paranoá, Sobradinho, Núcleo Bandeirante e Vila Telebrasília – Consulte a programação completa e classificação indicativa em www.favelasounds.com.br
Ingressos: Entrada franca com necessidade de retirada de ingresso no Sympla (https://goo.gl/v2ENNh)
Realização: Um Nome Produção e Comunicação
Patrocínio: Este projeto conta com patrocínio da Oi e Skol por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Distrito Federal.