Chega às plataformas digitais nesta sexta-feira (12), “Baile”, novo álbum de FBC e VHOOR. O projeto retrata a década de 90, quando os raps e melôs evidenciavam o cotidiano dos moradores dos subúrbios, abordando temas como a violência e a criminalização de seus jovens. Nesse momento, o hip hop produzido inicialmente nos Estados Unidos é nacionalizado, ressignificado e disseminado como o funk carioca.
“Baile” se desenvolve com o relato da história do personagem Pagode: pai de família, morador da favela, trabalhador, que frequenta o baile da UFFÉ. A história começa quando, na saída do baile, Pagode é surpreendido pela polícia, que o prende acreditando que uma arma encontrada por perto pertence a ele quando, na verdade, foi escondida por Paulinho, que dissimula, assiste a cena e nada faz.
Ainda na narrativa do projeto, já com Pagode livre, meses depois ele retorna ao baile e encontra um antigo amor platônico, Jessica. Os dois conversam, riem e dançam todas as vezes que se encontram, até a noite em que Pagode encontra a encontra fazendo passinho com outra pessoa. Paulinho, o “falador”, vive de pequenos golpes e receptação de cargas, até o fatídico dia em que atrai para a favela a operação policial que mata a filha de Jéssica.
“Esse é o meu primeiro álbum com o FBC, eu sou um beatmaker de Belo Horizonte. Ele já tem um trabalho muito sólido lá e a gente se encontrou nessa convivência de estúdio para fazer o último EP, “Outro Rolê”, que também fizemos em conjunto. “BAILE” é uma homenagem à cena de Miami bass do Brasil, que é uma cena de funk e hip hop dos anos 90 e 80 que nos inspiramos muito. Em Belo Horizonte e em muitos estados do Brasil, ainda é muito forte essa cena, uma cena de dança, uma cena da cultura negra, que tem muita gente ainda que se espelha, que pratica e que passa para frente. Nós, como artistas brasileiros, nos inspiramos nisso para resgatar e também dar mais um capítulo nessa história do Miami bass no Brasil”, conta VHOOR.
O ritmo do projeto se inspira no Miami bass, que não é focado em problemas sociais. O primeiro contato entre esses estilos musicais se deu através dos bailes de música black, soul e funk. Com a multiplicação desses bailes, o Miami bass foi adotado pelos frequentadores como o estilo musical local.
“É um álbum que eu fiz da forma mais divertida e despretensiosa possível. Eu quis fazer uma parada que lembrasse mesmo os bailes que eu colava quando era mais novo. Eu fiz para a galera dançar e tocar na balada! Eu acho que a dança também cumpre esse papel social de unir a galera da periferia, da favela”, comenta FBC.
O novo álbum de FBC e VHOOR, “Baile”, está disponível nas plataformas digitais via ONErpm.
Criado nas batalhas de rima de Belo Horizonte, FBC é um artista com 16 anos de vivência no hip hop. Alcançou notoriedade nacionalmente com o “Poetas no Topo”, seguido pelo lançamento do seu primeiro álbum de estúdio “S.C.A.”, eleito um dos 5 melhores álbuns brasileiros de 2018. Produzido em 2019 pelo multi instrumentista Go Dassisti, “PADRIM”, segundo trabalho de FBC, alcançou o disco de ouro em 2021.
VHOOR é um dos beatmakers mais originais do Brasil, misturando música eletrônica com elementos do funk e percussão afro-latina. Recentemente, ganhou reconhecimento na cena urbana brasileira, produzindo instrumentais para os principais artistas do grime e do drill, como EP “Outro Rolê”, com FBC, as principais faixas dos álbuns “Esculpido a Machado” e “40o.40”, dos cariocas LEALL e SD9.