“Versos da Beira do Córrego” é uma das 12 faixas do álbum “Requebrada” e acaba de ganhar um videoclipe. O novo trabalho celebra mais uma vez o encontro do rimador Fino Du Rap, com 20 anos de estrada no hip hop paulistano, com o trio instrumental Ouroechá, que completa seis anos de experimentos influenciados pelos sons urbanos.
O clipe foi filmado no Bowl do Arariba, Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, e no Morro do Cristo, em Taboão da Serra, com a participação do quarteto e também do Clarianas, grupo musical formado pelas cantoras/atrizes Naruna Costa, Martinha Soares e Naloana Lima que tem como mote a investigação da voz da mulher “ancestral” na música popular do Brasil. “Quebra Quebranto” é o novo espetáculo musical do conjunto lançado em novembro.
Trata-se de uma música que fala de esperança, de superar as dificuldades que se apresentam no caminho. O título lembra a origem do MC Fino Du Rap, que nasceu em uma pequena vila da capital paulista que ficava próxima ao Parque Arabiba, à beira do córrego da Avenida Carlos Caldeira. Assim como outras vilas da cidade, esta foi destruída pela chuva do final dos anos 80. “O principal recado desse rap é que enfrentaremos os problemas, seremos fortes para superar os perrengues e para reconstruir nossa aldeia“, disse Fino.
O “Requebrada” fala sobre as experiências vividas pelos seus integrantes nas ruas de São Paulo. Por meio de crônicas, contos e cantos questiona o que são as beiradas da cidade e seus contextos; relata situações que inspiraram os artistas e canta a teimosia deles em continuar perpetuando o que acreditam por meio de sonoridades orgânicas, beats, samples e rimas.
Algumas obras de Gilberto Gil como “Refazenda“, “Refavela“, “Refestança” (em parceria com Rita Lee) e “Realce” serviram como ponto de partida para o álbum. E ele conta com a participação de grandes mulheres da cena musical paulistana, cantoras de diferentes estilos musicais, a fim de deixar evidente e homenagear a pluralidade proposta no trabalho. Além das Clarianas, traz Izzy Gordon, voz ícone do jazz paulistano desde a década de 80, Laylah Arruda, referência da música jamaicana e Sound Systems paulistanos, e um sample de Camila Brasil.