sexta-feira, novembro 22, 2024

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Grito de resistência do rap capixaba, confira a cypher “Primavera Fascista”

Nazista, racista, machista, homofóbico, fascista… Nunca na história do Brasil tantos adjetivos foram utilizados para representar um só candidato ao mais alto cargo do poder executivo do país: Jair Bolsonaro (PSL). A apenas quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais, o selo capixaba Setor Proibido lança a faixa, acompanhada de clipe, “Primavera Fascista”, que busca rebater falas preconceituosas do militar e se posicionar mediante o atual cenário político brasileiro.

Com mais de nove minutos de duração, a cypher, formato comum ao rap, que busca servir de vitrine para MC’s exporem suas ideias, reúne sete artistas da velha e da nova geração do rap capixaba: Bocaum, Leoni, Adikto, Axant, Mary Jane (Melanina MC’s), VK Mac e Dudu. Gravado em uma escola de Vitória, o videoclipe conta com direção de Vinicius Garcia e direção artística de Ivan Mendes, que buscaram dar o clima de protesto e tensão que a cypher pedia.

Em cima de um instrumental produzido pelo beatmaker Tibery e com produção de Felipe Artioli, os sete MC’s versam respondendo a falas como “Só vai mudar, infelizmente no dia em que nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro e fazendo o trabalho que o regime militar não fez, matando uns 30 mil, começando pelo FHC. Não vamos deixar para fora não. Se vai morrer alguns inocentes, tudo bem” e “Eu tenho 5 filhos. Foram 4 homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”.

“O rap sempre vai ter lado”: De acordo com o selo, a faixa surgiu como uma espécie de desabafo sobre o cenário político atual. “Nós do Setor Proibido temos a convicção que o rap é um movimento negro e de esquerda e que surgiu contra um sistema que massacra as minorias. Diante disso, nos juntamos com o intuito de mostrar a verdadeira face do candidato à presidência de extrema direita, e que quando se trata de opressão: o rap sempre vai ter lado [o dos oprimidos]”, apontam.

A motivação para a faixa também é clara na fala do Selo: é obrigação do rap se posicionar contra tudo aquilo que vá contra o segmento. Eles comentam que devido ao cenário atual, sentiram necessidade e a obrigação de mostrar um posicionamento contra o racismo, machismo, homofobia, xenofobia, etc, já expostos pelo candidato ao longo da carreira pública.

Nascido há apenas três meses, o selo Setor Proibido busca fomentar a cultura hip hop do estado a partir da produção de trabalhos com artistas locais, produções audiovisuais de qualidade e ainda a criação de eventos culturais e sociais, gerando uma movimentação e um fortalecimento contínuos da cena capixaba.

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