quinta-feira, novembro 21, 2024

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Hip Hop e esportes: Uma união que rima bem

Os mundos dos esportes e da música nunca estiveram tão ligados como nos dias atuais. Desde a cena clássica dos jogadores da seleção brasileira de futebol saindo do ônibus usando seus potentes fones de ouvido, passando pelos lutadores do UFC entrando no octógono ao som de uma música, até mesmo às insistentes e irritantes inserções musicais durante as partidas de vôlei de praia, a forte conexão entre os dois universos já torna quase impossível enxergá-los de maneira separada.

Entre todos os gêneros musicais, existe um que se destaca como o mais influente no meio dos esportes: o hip hop. Esse casamento todos conhecemos bem, ainda mais ao analisarmos casos específicos como o basquete e o futebol americano. Mas a influência do hip hop também é sentida, e cada vez mais, no futebol, no baseball, no hockey, no poker e por aí vai. Mas você já parou para se perguntar o porquê?

Para muitos artistas do hip hop, o seu próprio meio musical sempre se pareceu bastante com o meio esportivo. Não é segredo para ninguém que a cultura hip hop, desde os seus primórdios, convive constantemente com as fortes rivalidades entre os grupos (a ponto de apelarem à violência). Um nível de competitividade desses só é visto no mundo dos esportes. Os rappers, assim como os atletas, vivem em constante batalha entre si, seja para provar quem tem as melhoras letras ou quem produz os beats mais insanos.

Talvez seja justamente essa natureza competitiva que explique o respeito e admiração mútuos que atletas e rappers têm uns pelos outros. Nada mais pode justificar a forma como a cultura do hip hop foi “abraçada” pelos atletas. Nos Estados Unidos, particularmente, boa parte dos jogadores da NBA e da NFL têm a mesma origem socioeconômica que os rappers, o que afina ainda mais as suas conexões.

E apesar dos dois universos compartilharem laços históricos mais profundos, é o dinheiro que rege essa fusão atualmente. O impacto financeiro que o hip hop causou nos negócios esportivos (e vice-versa) é a força que hoje sustenta e amplia esta simbiose.

No começo dos anos 2000, já era bem comum ver os rappers em seus videoclipes usando camisas e bonés de times de basquete e futebol americano. Uma tendência que fez uma multidão de jovens sair enlouquecida em busca dessas peças, impulsionando a venda das jerseys a níveis estratosféricos.

Bem antes disso, porém, em meados dos anos 80, o NWA, um dos maiores grupos de gangsta rap de todos os tempos (com nomes como Dr. Dre e Ice Cube), já ostentava em suas fotos os bonés e casacos do Oakland Raiders, seu time de futebol americano do coração. Anos mais tarde, os uniformes dos Raiders iriam se firmar como um símbolo de atitude e rebelião. A equipe, desde então, viu seu valor pular da casa dos poucos milhões para mais de 2 bilhões de dólares. E tudo graças à sua ligação com um grupo (e que grupo!) de hip hop.

Outro grupo/lenda do hip hop que passeou pela seara esportivo foi o Run DMC. Os caras chegaram a gravar uma faixa chamada “My Adidas”. Graças a essa música, o grupo receberia 1 milhão de dólares da empresa para usar e promover os sneakers da linha Superstar.

Mas não pensem que o hip hop cria asas apenas no basquete e no futebol americano. Diversos atletas de outras modalidades fazem questão de exibir sua devoção pelo gênero musical. Já falamos aqui sobre as lendas que sempre ouvem o bom e velho rap em seus fones momentos antes de entrarem na disputa. O nadador Michael Phelps, recordista de medalhas de ouro olímpicas ganhas por uma única pessoa, não dispensa o hip hop em suas playlists. O mesmo se pode dizer de Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo, o tenista Novak Djokovic, Jon Jones do UFC e Lewis Hamilton da Fórmula 1.

Outro esporte que vem atraindo cada vez mais proximidade com o hip hop é o poker. Os maiores nomes da atualidade, como o multicampeão Daniel Negreanu, não escondem a sua paixão pelo estilo. O astro do poker mundial, inclusive, costuma dar seus pitacos via tweets, como quando elogiou (e muito) o rapper Hopsin. Além disso, muitos rappers frequentam os eventos de poker, como é o caso de Nelly e sua presença no European Poker Tour Monte Carlo.

Como podemos ver, os paralelos entre o hip hop e os esportes são muitos e apenas dão sinais de amadurecimento. Seja nas letras de Drake sobre seu amigo e astro do Golden State Warriors Stephen Curry, seja nos negócios multimilionários de Jay-Z com sua empresa de gestão esportiva Roc Nation Sports, os pontos de contato entre os dois universos são tantos que já se torna irrelevante distingui-los. E nós apenas torcemos para que esta conexão continue dando boas rimas.

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