Após antecipar seus singles “Calma Zé (versão do Mato)” e “Perfume”, o rapper HOT agora apresenta seu novo álbum “Não Vou Voltar”. O disco marca o retorno do mineiro ao cenário musical, após um hiato em sua carreira e traz 11 faixas, onde reflete sobre as relações humanas, sociais e o cancelamento da internet. “Não Vou Voltar” chega nesta quinta-feira (26) nas plataformas de música.
Crítico, ácido e consciente, HOT anuncia uma nova fase artística, expõe suas fraquezas e mergulha em um estado de remeço. Fora dos palcos, o rapper planejou bem a sua volta, intensificou seu lado espiritual e compôs canções que versam sobre os acontecimentos da sua vida.
Ao todo são 11 faixas autorais, que passeiam entre flows, batidas eletrônicas e flertam com o samba, mais no discurso do que na estrutura propriamente dita e bebem na fonte da música de terreiro de candomblé na faixa “Tempo”, o único samba do disco, que fala sobre o papel do tempo de colocar as coisas no lugar. Já “Calma Zé”, a segunda faixa do álbum, é fruto de uma expressão usada por HOT em momentos de ansiedade.
“Essa pausa da carreira, sem shows eu estava muito ansioso antes de começar a fazer esse disco. É a música que inicia o álbum de fato. Fala sobre a relação que a gente tem com as pessoas ao redor que têm o poder de acalmar a gente em meio às ansiedades da vida”, explicou.
“Corrente” reflete sobre o diálogo sobre a relação amorosa. A faixa traz a participação de Tainá Evaristo. Enquanto “Perfume”, single que precedeu o disco, é uma brincadeira com o sentido do cheiro, que não passa pelas redes sociais. “É uma faixa que traz a minha realidade sobre o cancelamento e o julgamento virtual e na internet”, completou.
As relações são bem enfatizadas em “Não Vou Voltar”, como a música “Chave”, onde escreveu sobre uma potente amizade de cuidado. A crítica também não poderia ficar de fora e “Shadowban” cumpre bem esse papel ao falar sobre a necessidade de aprovação, repercussão e viralização e a dor de não ter atenção nas redes sociais. Parece um love song, mas fala sobre a relação das pessoas nas redes sociais.
“Interlúdio”, homônimo ao disco, explica bem o conceito do álbum e abre para “Cê não viu”, a única faixa que carrega um certo ódio em relação ao que aconteceu e o rapper confessa: “É um papo reto sobre a desproporção das coisas na internet e o quanto isso é doentio”.
Já adentrando mais profundamente no álbum, “De Free” é uma música sobre as pessoas que sempre estiveram ao lado de HOT e dispara: “As pessoas aproveitaram quando estava bem e quando fui cancelado, foram os primeiros a atacar pedra”. “Jangada” reflete sobre os fãs e as pessoas que acompanham o trabalho do artista. “As pessoas que hoje me elogiam na internet, um ano atrás estavam tacando pedra. A música fala sobre voltar para essas pessoas também em alguma circunstância. E, como grand finale, “Preso” chega com o peso das participações de Djonga e Mc Kaio, que somam no flow para falar sobre o amor romântico e a liquidez das relações”.
O disco, que compila bem as fases que o rapper enfrentou desde o seu cancelamento na internet, conta a produção musical assinada por importantes nomes da cena nacional.