domingo, novembro 24, 2024

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Kayode aborda casos reais de abusos policiais em seu novo clipe, que une as faixas “Podcast” e “Pedra da Memória”

Ser um jovem negro e periférico não é fácil, ainda mais quando se transita por bairros da classe média para trabalhar. Essa é a história de Kayode, um artista que já enfrentou muitas vezes a dificuldade de caminhar pelas ruas do bairro onde vai para gravar as suas músicas. Hoje, o artista disponibiliza em seu canal no YouTube um clipe cinematográfico que une as faixas “Podcast” e “Pedra da Memória”. No mesmo dia, Kayode disponibiliza o single “Podcast” nas plataformas digitais. As faixas “Podcast” e “Pedra da Memória” integram o novo disco de Kayode, “Flow da Pele”, que será lançado no dia 28 de outubro e conta a história da ancestralidade africana na música.

Reunindo relatos de diversas pessoas que passam pelas mesmas situações, o artista, a gravadora Yalla Recordings e a conceituada dupla de diretores Paladino, que assina o último clipe de Filipe Ret e Anitta e já dirigiu filmes para empresas como Nubank, Mercado Livre e outras, construíram a obra audiovisual que chega cheia de referências, desde casos como o de Genivaldo de Jesus Santos, morto numa câmara de gás improvisada em uma viatura no Sergipe, até a obra de arte Pietà, de Michelangelo, fazendo a construção crítica da personificação do Jesus branco, mesmo tendo vivido em território de maioria negra.

A equipe de filmagem do clipe contou com mais de 100 pessoas na produção e se desenrolou em três dias. Gravado totalmente na favela de Heliópolis, em São Paulo, o clipe ainda conta com a figuração de outros artistas pretos, como Kakas, El Coffee, James, Caique e WM Neto, e a participação de Teka Romualdo, atriz da série Sintonia, da Netflix.

A letra da música também chega carregada de realismo. Contando sua história, Kayode fala sobre um episódio no qual foi levado à delegacia apenas para ser solto, após a vítima não o reconhecer como o assaltante que havia lhe roubado, e traça um paralelo com a dor de diversos homens pretos e periféricos que passam pela mesma situação diariamente. Já em “Pedra da Memória”, faixa que abre o disco “Flow da Pele”, Kayode disserta em sua letra sobre um sentimento de superação misturado a críticas de ser um artista negro no Brasil.

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