Com um grito ousado, explícito, positivo e com propositivo, a cantora Lay iniciou no final de 2015 uma revolução na música brasileira. O single “Ghetto Woman” e o EP “129129”, lançado em 2016, foram de uma profunda influência na música preta pra dançar no Brasil. O disco “129129” – que abre com o memorável verso “saudações a todas as bucetas”, de “Ressalva” – além de ser um dos pontos de partida para a revolução feminina que tomou de assalto o rap nacional na segunda metade desta década, também remexeu as pistas, com uma mistura malandríssima de hip hop, ragga, trap e até funk, com uma carga eletrônica pesada costurada pelo produtor Léo Grijó.
Nascida e criada em Osasco, a cantora que fez sua voz valer na música já vinha com uma caminhada criativa em consolidação – começando no punk e na musica jamaicana, transformou seus poemas feministas em munição de alto calibre para acompanhar uma estética retrô-futurista mutante, que havia se apresentado pela primeira vez na sua marca de roupas, a Lay Moretti Clothing. Com a fama nacional, a singjay que inspirou-se na carreira de Foxy Brown, Lil Kim e Lady Saw começou a preparar o terreno para tomar o resto do mundo, e em 2016 foi uma das personagens principais da série de vídeos da revista britânica i-D Beyond Beauty, apresentada por Grace Neutral, enquanto também participou de campanhas para marcas como Avon Brasil.
A música também não parou: em 2016 lançou o clipe do seu remix de “Panda”, do rapper norte-americano Desiigner, no music vídeo festival, no MIS, em São Paulo. “Chapei”, parceria com Don L lançada no mesmo ano, ficou no top 10 de melhores músicas de 2016 no portal brasileiro da Red Bull, e Lay ajudou a inaugurar a plataforma online do festival Music Women Event com uma apresentação exclusiva no mesmo ano.
Em 2017 a parceria com Don L voltou a render frutos, com “Mexe Pra Cam”, faixa do disco “RPA Vol. 3”, presente na lista de melhores do ano de veículos como Rolling Stone, VICE, Genius e também da Associação Paulista de Críticos de Arte.
Em dezembro, ao lado de Renan Samam e do MC Guimê, lançou “Tá Patrão 2.0”, primeiro single do novo disco do DJ KL Jay do Racionais MCs. Além disso, a cantora prestou homenagem a Prodigy, do Mobb Deep, com um remix de “Young Veterans”, do grupo nova-iorquino, e fechou o ano com os primeiros sinais da sua “coletânea de sentimentos” que traz Lay explorando os limites do trap em singles poderosos como “Magia Negra”, “Bitch Star” e “Daraxa Clan”. E agora mais um hit, que com certeza tocará no baile; “Solitária” — produção musical de Léo Grijó.
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