O produtor musical Freitera lança, nesta quinta-feira (27/03), o EP duplo “Pega Noiz”. Com uma proposta inovadora, o projeto apresenta quatro versões diferentes de uma mesma faixa. Dividido em dois volumes: Deck 1 e Deck 2, o lançamento já está disponível nas plataformas digitais e conta com produções de Nezq, Samba e San Joe – que também é intérprete das canções.
Um manifesto musical, “Pega Noiz” busca levantar debates dentro da cena musical. O trabalho visa quebrar amarras e permitir que cada artista explore sua criatividade de maneira genuína, valorizando o processo artístico e a sua cultura musical. “Cada um teve a chance de explorar o beat do jeito que quis, sem precisar seguir fórmula”, explica Freitera.
Diante disso, o EP entrega uma imersão musical que transita por diversas vertentes sonoras. O lançamento mistura desde o funk minimalista de San Joe até o afrobeat eletrônico de Samba, além do dubstep de Nezq e o remix psicodélico de Freitera. O resultado da diversidade de estilos reflete a liberdade criativa dos produtores-artistas e permite uma experimentação sonora rara em sons mais comerciais, proporcionando uma sonoridade singular para cada canção.
Com influências de nomes como MU540, Febem, Criolo, Skrillex e Thook, “Pega Noiz” conecta a rua e o rap com a música eletrônica. Essa mistura de referências reflete o espaço híbrido ocupado por DJ’s e produtores no cenário musical atual. “Estamos no centro dessa mistura, mas ainda falta o reconhecimento. Esse projeto visa também um posicionamento sobre a valorização do trabalho do produtor e a busca pelo reconhecimento desse papel dentro da cultura musical”, completa.
Conhecido por hits como “Desculpa Doutor”, Freitera é um dos principais defensores do reconhecimento da figura do produtor musical na cena musical. “Eu posso parecer repetitivo, mas é essa repetição que afirma que este assunto não é algo momentâneo. É algo que começamos ontem, estamos fazendo hoje e vamos continuar fazendo amanhã”, afirma. O beatmaker reforça a importância de ser ouvido e reconhecido, destacando a relevância do produtor para a música, além de sua função de criar e inovar dentro da indústria.
Em uma entrevista recente ao Metrópoles, ele comentou sobre a exploração dos artistas pelas gravadoras, especialmente as práticas desleais que prejudicam financeiramente os músicos. Entre os temas abordados, o artista destacou os contratos injustos e a distribuição desigual de royalties, enfatizando a necessidade de mudanças no sistema para garantir mais justiça aos músicos. Além de compartilhar suas experiências e as dificuldades enfrentadas por muitos colegas de profissão.