Brasil e Argentina já dividiram cenários históricos de rivalidade, seja no futebol, seja na política, ou até mesmo na economia. Mas dessa vez, a mais nova conexão Campinas – Buenos Aires trará algo poético, com o lançamento da música “Poesia Negra”, dos rappers Mano Red e Ceese Bersa e faz uma fusão inédita entre o Hip Hop, Tango e Bossa Nova.
No melhor estilo bate e volta (estilo musical a qual as estrofes se intercalam entre os cantores), os dois fazem da nova música um momento de desabafo, apontando as dificuldades que as classes trabalhadoras, negras e periféricas enfrentam, e mesmo assim, são capazes de dar a ginga em cada país.
Vale destacar que esse encontro só foi possível graças aos contatos internacionais que o produtor Eliezer Oliveira da Atman Audio Studio construiu ao longo de mais de 25 anos como músico, e foi produzida pela dupla Rucci Vázquez, composta por Mariano Rucci e Amilcar Santiago Vazquez, com coprodução de Eliezer Oliveira, além da participação do violonista Júlio de Oliveira de São Paulo.
Mano Red, ou simplesmente Bruno Lopes, nasceu e cresceu na periferia de São Paulo, mudando-se para Campinas aos 18 anos. Começou sua carreira em 2010 e logo de cara embalou sua primeira apresentação profissional. O rapper vem se destacando na 019 nos últimos anos, produzindo várias músicas e elogiado pelos fãs.
Apontado como um dos maiores expoentes do rap argentino e da música urbana, Diego Emanuel Caneo, nasceu na cidade de Neuquén, ao sul da Argentina. E se destaca por demonstrar em suas músicas e vídeos a dura realidade das favelas argentinas, desde o início de sua carreira lançou 8 álbuns e mais de meio milhão de visualizações no Youtube.
“Não faço apologia de nada, apenas mostro a realidade tal como é sem censura, para que saibam que existimos e somos uma consequência do sistema que nos esqueceu e nos fecham as portas por sermos de onde viemos. Sobrevivemos nessa selva de concreto, através da música consegui seguir adiante e não torcer para o mal. A música é uma saída, uma forma de me expressar, graças a ela estou vivo e não na cadeia ou debaixo da terra.” – explicou Ceese Bersa.
Foto – Samuel Lorenzetti