sexta-feira, novembro 22, 2024

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Marabu homenageia Tupac em “O Príncipe”, um funk rasteiro feito para a juventude preta

Marabu acaba de lançar o single “O Príncipe”, pela gravadora Nebulosa Selo. Produzida por BigZ, a música vem acompanhada de um clipe e é resultado de uma imersão artística que atravessa o clássico do Hip Hop noventista “The Don Killuminati: The 7 Day Theory” e “All Eyez On Me”, de Tupac Shakur, e desemboca no Funk paulista.

Disponível nas principais plataformas de streaming, a música “O Príncipe nasce do desejo de Marabu de resgatar os princípios de Tupac e conectá-los ao Funk enquanto movimento cultural e político. Em sua pesquisa o Mc buscou decifrar como nasce um jovem líder negro, seja nas ruas do Harlem ou nas ruas de São Paulo. 

Em 1532 era publicada a primeira edição de “O Príncipe”, obra-prima de Nicolau Maquiavel, e que pretendia servir como manual do êxito para grandes líderes. Tratando de maneira franca sobre as contradições que encara todo aquele que postula ao cargo de líder de um principado. Quase 500 anos depois, um dos maiores artistas de todos os tempos, sob o pseudônimo de Makaveli, lançava aquele que seria seu último álbum de estúdio, “The Don Killuminati: The 7 day theory”. Tupac havia saído a pouco da cadeia e em diversas entrevistas contava sobre suas leituras e seu interesse em “formar generais e construir grandes países através da força”.

Tupac era um malokeiro como nós. Muitos dilemas com a família, num país racista, lidando com a pobreza financeira e a pobreza de espírito que gera a violência e a patifaria entre os iguais. Tupac sempre foi muitas versões de si mesmo, ao mesmo tempo, sem respeito nenhum pelos estereótipos e é nesse ponto que me identifico com ele”, afirma Marabu

Com o conceito artístico de Marabu em mente, o produtor e beatmaker BigZ uniu as ideias e fundamentos do rap à batida do funk rasteiro, já a lírica segue a proposta do funk consciente. O resultado é uma música ousada, um funk com interpolações de “Toss It Up”, de Tupac – música originalmente referenciada em “No Diggity” de Dr Dre, Blackstreet e Queen Pen – e um universo narrativo que convoca as juventudes pretas para a linha de frente na construção de um movimento de consciência e respeito pelo funk e por suas comunidades. 

Quando questionado sobre o que motivou a realização da faixa, Marabu é taxativo: “Queria soltar uma track que fosse objetivamente uma convocação para um novo momento, uma nova era, uma era de jovens pretos mais atentos, mais conscientes de si, da raça, menos cordiais, ainda políticos e guardiões de si e dos nossos até mesmo nas noites de baile mais pra frente”.

A faixa propõe novas experimentações musicais e estéticas para o funk, um traço marcante na identidade artística da gravadora Nebulosa Selo. O Príncipe” também é a síntese dos ideais de Marabu, é um chamado a todos e todas que desejam resgatar os fundamentos que fazem do funk um movimento coletivo, propositivo para a comunidade, com origem nos tambores dos terreiros e necessariamente preto. 

Os príncipes constroem legado, e as pessoas se reúnem em torno desse legado, isso já estava em Maquiavel, isso esteve em Tupac, tá na obra do Mano Brown, e precisamos dar prosseguimento. Estou procurando os novos líderes”, finaliza.

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