Quase 1 ano após lançar o álbum que quebrou o recorde de maior estreia na história do streaming brasileiro, o trapper cearense retorna com o seu novo single “Quer Voar”. E, dessa vez, o cantor decidiu ir ainda mais longe.
Com “Máquina do Tempo”, seu icônico álbum de estreia, Matheus Brasileiro, o Matuê, abriu as portas para que 2020 se tornasse o ano em que o trap, gênero derivado do hip-hop, dominaria o Brasil. O pioneirismo do artista ficou evidente desde a sonoridade marcante de suas músicas até a estratégia inovadora de marketing, encabeçada por sua agência 30PRAUM junto com sua gravadora Sony Music. O sucesso foi arrebatador, e as 7 músicas do projeto “roubaram o pódio” dos charts nacionais – todas estrearam imediatamente no Top 15 do país, com a faixa-título ocupando o disputado primeiro lugar. Em seguida, o rapper lançou em parceria com Teto, também artista da 30PRAUM, o hit “M4”, que permaneceu no Top 5 de músicas mais tocadas do país por mais de 2 meses consecutivos. O cantor já havia deixado claro: “nada vai me parar, nada mais vai me parar”.
Para a divulgação do novo single, Matuê decidiu ir além em seu plano – ‘de outro mundo’ – de divulgação. Em posts divulgados em seu próprio Instagram, o artista surgiu, caracterizado como vampiro, retirando o próprio sangue e colocando-o em pequenos frascos, que usou para criar pingentes para colares. Em seguida, colocou os apelidados “Colares de Sangue” à venda em seu site. O preço? Apenas a “alma” dos compradores.
A polêmica ação causou a enorme comoção que já se esperava para seus próximos lançamentos, e dividiu opiniões nas redes sociais. Enquanto isso, painéis digitais espalhados pelo Brasil traziam o cantor de cabeça para baixo, com os dizeres “Vendo sangue, compro almas”. Fãs e celebridades debatiam na internet a real motivação do cantor com a ação, espalhando elogios à sua constante inovação conceitual. Em igual proporção, porém, vieram as críticas. O cantor recebeu diversas ameaças de morte, e ofensas por “ofender a religião”.
Em resposta, o artista foi ao Twitter, onde realizou um desabafo sincero sobre os efeitos psicológicos e físicos que passou a sofrer devido aos constantes ataques de haters nas redes sociais. “Já fui e voltei do hospital algumas vezes”, relatou. Mesmo dando entrada no hospital mais uma vez, o artista decidiu manter o lançamento já planejado.
O resultado da ação, apesar das críticas, foi um sucesso. Com a divulgação do lançamento, em poucos dias foram arrecadados milhares de cadastros de fãs interessados em “vender” suas almas em troca dos Colares de Sangue. A ação, disse o cantor, teria um desfecho surpreendente com objetivo social, já que seria uma forma de arrecadar cadastros para uma campanha de doação de sangue através do Hemotify, plataforma que visa unir potenciais doadores aos hemocentros mais próximos. “A falta de estoque de sangue nos hemocentros e a escassez de doadores é um problema histórico no Brasil”, relata Fernando Berwanger, idealizador do Hemotify. “Com a pandemia do COVID-19, esse problema se intensificou. Hoje, mais de 10 milhões de brasileiros dependem diretamente da doação de sangue para sobreviver. Nos unimos ao Matuê para divulgar esse problema e mostrar ao público que doar sangue é seguro e necessário”.