Nesta terça-feira (17/12), Marcelo Tas conversa, no Provoca, com o cantor e compositor MC Hariel. Ele fala na edição sobre ser um sobrevivente na vida, seu gosto pela filosofia, que descobriu Roberto Carlos conversando com Mano Brown, e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, às 22h.
Na edição, o MC conta que descobriu Roberto Carlos conversando com Mano Brown. “A gente ficou uma hora falando sobre o Roberto Carlos. Eu nunca tinha parado para me interessar sobre a obra do Roberto Carlos, sempre ficou uma parada tipo: ‘Ah, música que meu vô gosta de ouvir no Natal’ (…) o Brown ficou falando porque esse cara é tão grande, mostrando as músicas da época dele (…) voltei para casa e já comecei a estudar também um pouco sobre o Roberto Carlos”.
Tas comenta sobre o disco que o MC do funk fez, Alma Imortal, inspirado em Platão, e o convite que o músico recebeu para dar aula na Unicamp sobre filosofia. “O que você sentiu quando o telefone tocou para te chamar para fazer isso?”, pergunta Tas. “Eu me senti lisonjeado e falei eu vou lá conversar porque filósofo eu não sou ainda, tenho as minhas reflexões, minha maneira de pensar, mas eu tô aprendendo também, vai ser um desafio (…) pude ter uma outra percepção da universidade (..) pensava que era tudo certinho, branquinho, tudo limpinho, brilhando (…) eu nunca tinha entrado em uma faculdade”, diz.
“As suas letras falam muito de sobrevivência. É um recurso poético ou você se considera um sobrevivente?”, indaga Tas. “Eu sou um sobrevivente, com certeza. Eu vim de uma casa onde eu escutei da minha mãe diversas vezes: ‘está todo mundo esperando você vender drogas e suas irmãs ‘virar’ piranha. Por favor, não façam isso’ (…) o capeta estava perto sempre, o cheiro de crack entrava pela janela da minha casa”.
Sobre os trabalhos que fez antes do funk, Hariel diz: “Entregador de pizza, lavei carro, entreguei panfleto, operador de telemarketing, diversas coisas (…) todos eram ruins (…) se viesse qualquer trabalho na época eu tinha que aceitar, só os assistentes que eu não conseguia não, sempre fui magrelinho, assistente de gesseiro, fui um dia só e nunca mais voltei (…) não conseguia carregar peso”.