De ritmo marginalizado, e olhado com desconfiança pela sociedade e pelo mercado fonográfico, a um dos gêneros musicais mais potentes e reconhecidos do país. É assim que o funk pode ser descrito, entre muitas outras definições, diante da revolução pela qual tem passado nas últimas décadas. A expressão “funk ostentação” deixou de ser aplicada apenas como subgênero que canta as vitórias, dinheiro, carros, mulheres e demais signos de ascensão social, e passou a representar, também, a indústria em si. E é nesse rol de grandes talentos e projetos que MC Ig e MC Ryan SP – dois dos principais nomes do funk na atualidade – se uniram para lançar o álbum colaborativo “Bad Boys”, previsto para chegar nas plataformas de áudio, e no YouTube, via GR6 e Warner Music Brasil, no dia 21 de agosto. Ouça nas plataformas.
O disco, fruto da colaboração inédita entre Ig e Ryan, foi pensado, produzido e realizado, em conjunto, pelos dois funkeiros paulistas. Com 15 faixas, sendo 13 inéditas, “Bad Boys” reúne um time de participações especiais de peso, com destaque para alguns dos principais nomes da cena urbana nacional, como Mano Brown (dos Racionais MC’s), Ludmilla, Poze do Rodo, Orochi, L7nnon, Oruam, entre outros.
“Pô, não tenho nem o que dizer dessa satisfação imensa que foi fazer esse trampo com o meu mano IG. Ainda mais com tanto feat gigante, do lado de uma galera que é referência, saca? É a representatividade da quebrada mesmo, em peso. Fizemos um álbum pra galera se jogar, curtir e exaltar o melhor do funk, sem moderação”, comenta Ryan SP.
Em uma produção realizada a nível global – entre São Paulo e Rio de Janeiro, no Brasil, além de Miami (Estados Unidos) e Mykonos (Grécia), o porte de “Bad Boys” vai além dos feats e de sua mixagem intercontinental. O resultado é um álbum de estética globalizada, que apresenta referências e vivências mundiais por meio de saberes compartilhados, em um verdadeiro encontro internacional de musicalidade. O conceito, por sua vez, se baseia em filmes clássicos do cinema mundial, que tem Miami como pano de fundo, a exemplo de “Bad Boys”, título homônimo ao do álbum a ser lançado, que vem a ser uma comédia policial protagonizada por Will Smith e Martin Lawrence; e o clássico “Scarface”, estrelado por Al Pacino, sobre um poderoso chefe do tráfico de drogas.
A proposta, considerando o conjunto da obra – entre sonoridade, estética, conceito, produção e participações especiais, é promover um contraponto entre o termo “garotos maus” (em tradução livre do nome do álbum) e o que a figura do funkeiro representa para os mais diversos setores da sociedade, e suas diferentes classes econômicas. Para a favela, os funkeiros são como super heróis. Já para alguns setores mais conservadores, talvez sejam os vilões. Contudo, ao apresentarem o álbum “Bad Boys”, IG e Ryan não se deixam intimidar e passam uma mensagem inquestionável: o funk já chegou ao topo e segue no corre por muito mais.
“A real é que quem ainda acha que o funk é vilão de alguma coisa, ou menos relevante do que qualquer outro ritmo, está expressando não só sua ignorância sobre o mercado da música, como também o preconceito com um ritmo popular e periférico. Mas foi-se o tempo que a opinião dessa galera importava. Quem tem boca fala o que quer, o que não quer dizer que nada disso seja verdade. O funk veio pra ficar e atropelar. É por isso que estamos aí e que ‘Bad Boys’ tá na rua”, conclui MC IG.
Duas faixas do álbum “Bad Boys” foram lançadas previamente: “Filha do Deputado” e “Pra Roncar Tem Que Desbicar”. Ambas estão fazendo bastante barulho nas redes e nos tocadores de música. A primeira canção contou com as participações de MC Poze do Rodo, Oruam e DJ Glenner, e já ultrapassou a marca de 30 milhões de visualizações no Youtube, além de mais de 30 milhões de plays no Spotify. A segunda reuniu MC Don Juan, TrapLaudo, Luuky, GH do 7, MC Hariel, MC Nego Micha, Lil Kid, MC Marcos IP, Kau, MC Luuky e Paiva num verdadeiro set de Trap Funk, acumulando 2,8 milhões de streams no Spotify e 2,4 milhões de visualizações no Youtube.