quarta-feira, março 19, 2025

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Mercado fonográfico brasileiro fatura R$ 3,4 bilhões e cresce 21,7%, em 2024

Pela primeira vez na história, o mercado fonográfico brasileiro ultrapassou os R$ 3 bilhões em arrecadação em um ano, consolidando sua posição como um dos principais setores da economia criativa do país. Em 2024, a indústria musical nacional registrou um faturamento total de R$ 3,486 bilhões, um crescimento de 21,7% em relação ao ano anterior. Os dados integram o relatório anual Mercado Brasileiro de Música, realizado pela Pro-Música, entidade que representa as principais gravadoras e produtoras fonográficas do Brasil. Com esse desempenho, o Brasil manteve-se na 9ª posição entre os maiores mercados do mundo, no ranking global da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI).

Relatório Mercado Brasileiro de Música 2024 – fonte: Pro-Música

A íntegra do relatório Mercado Brasileiro de Música 2024 está disponível no site da Pro-Música, ou através do link. 

O crescimento do setor foi impulsionado, mais uma vez, pelo avanço do streaming, que respondeu por 99,2% do total das vendas físicas e digitais e por 87,6% das receitas totais do setor. O faturamento das plataformas digitais atingiu R$ 3,055 bilhões, um aumento de 22,5% em comparação a 2023. 

No cenário global, o relatório internacional do IFPI Global Music Report, divulgado hoje aponta que a indústria mundial de música gravada cresceu 4,8% em 2024, também impulsionada pelo streaming. Os números divulgados pelo IFPI mostram que as receitas totais no mundo no último ano foram de US$ 29,6 bilhões. O faturamento do streaming de áudio por assinatura aumentou 9,5%, alcançando 752 milhões de usuários de contas de assinatura pagas, ao final do último ano. O relatório completo do IFPI está disponível no site da entidade

Já no Brasil, as assinaturas em serviços como Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube Music, Napster e Amazon Music somaram R$ 2,077 bilhões, representando um salto de 26,9% no período. Já as receitas geradas por streaming remunerado por publicidade cresceram 8,3%, chegando a R$ 479 milhões. Os vídeos musicais interativos, financiados exclusivamente por publicidade, movimentaram R$ 499 milhões, um crescimento de 20,3%

Além do streaming, o relatório da Pro-Música também aponta um aumento expressivo na arrecadação de direitos conexos de execução pública para produtores, artistas e músicos, que somaram R$ 386 milhões, alta de 14,9% em relação ao ano anterior. As receitas de sincronização – uso de músicas em publicidade, filmes e séries – tiveram um crescimento ainda mais acentuado, com avanço de 36% e arrecadação de R$ 19 milhões

O mercado físico, embora represente uma fatia pequena da indústria, também registrou alta em 2024, alcançando seu maior faturamento desde 2017. As vendas de formatos físicos somaram R$ 21 milhões, um crescimento de 31,5%. O principal responsável por essa recuperação foi o vinil, que se consolidou como o formato físico mais vendido pelo segundo ano consecutivo, movimentando R$ 16 milhões – crescendo 45,6% na comparação com o ano anterior. Os CDs registraram faturamento de R$ 5 milhões, enquanto DVDs e outros formatos somaram R$ 0,08 milhão e R$ 0,04 milhão, respectivamente. 

Os números divulgados pela Pro-Música confirmam uma tendência observada nos últimos anos: o crescimento contínuo da indústria fonográfica brasileira. O setor mais que triplicou seu faturamento desde 2018, refletindo a adaptação do mercado às novas formas de consumo de música e o fortalecimento das plataformas digitais como principal canal de distribuição. O relatório destaca que o Brasil se mantém acima da média global em crescimento, reafirmando o papel central do setor fonográfico na economia digital. 

Segundo Paulo Rosa, Presidente da Pro-Música Brasil: “O setor fonográfico brasileiro seguiu crescendo em 2024, em ritmo ainda maior que o verificado nas estatísticas de 2023, apesar de um quarto trimestre turbulento, com a disparada do dólar naquele momento e o aumento das perspectivas de inflação, taxa Selic, etc. O fato é que a disponibilização de quase 200 milhões de gravações musicais nas principais plataformas de streaming musical a um preço acessível e com funcionalidades cada vez mais interessantes para os consumidores brasileiros têm demonstrado que o modelo ganha cada vez mais popularidade no Brasil, até em ritmo mais acelerado que em vários dos principais mercados de música gravada no mundo. Nesse oceano de conteúdo musical, é cada vez mais acirrada a competição por espaço, visibilidade e plays, que vão determinar o sucesso comercial de um artista e de suas gravações. Desde os tempos de venda de discos físicos, sejam vinil, CDs, etc. o sucesso na carreira, ainda que restrito às fronteiras nacionais, nāo acontece para muitos artistas, não é regra e sim exceção, lógica que se tornou ainda mais evidente no streaming musical, pela quantidade praticamente ilimitada de músicas disponíveis nas plataformas, que seguirá crescendo ano após ano. É, portanto, cada vez mais importante e fundamental o papel das empresas de tamanhos e nichos musicais diversos, que produzem, investem e promovem a música brasileira, com alcance nacional e global, várias delas associadas ou afiliadas à Pro-Música Brasil. Bom destacar ainda, que das mil gravações mais acessadas no streaming musical brasileiro, nada menos que 76% é de música brasileira”.

De acordo com Eduardo Rajo, Diretor Financeiro e de Novos Negócios: “O desempenho do mercado fonográfico brasileiro em 2024 reforça sua posição como um dos mais dinâmicos do mundo e demonstra que a música nunca foi tão acessível aos fãs como hoje em dia. As gravadoras desempenham um papel estratégico nesse cenário, buscando adaptar-se aos enormes avanços tecnológicos, que trazem tanto oportunidades quanto desafios, investindo continuamente em seus artistas, em novas tecnologias para criação de novas possibilidades e em novos formatos de monetização que beneficiam toda a cadeia produtiva da música. Com a consolidação do mercado digital, especialmente o streaming, o setor segue bem posicionado para um crescimento ainda mais robusto nos próximos anos”.

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