sexta-feira, novembro 22, 2024

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“Meu Bairro, Minha Língua”, criada pelo rapper Vinicius Terra, traz grandes vozes da lusofonia como Elza Soares, Linn da Quebrada, Sara Correia e Dino D’Santiago

Fechado após o incêndio em 2015, o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, terá em 31 de julho de 2021 o retorno às suas atividades. Entre as novidades do acervo, está o videoclipe de uma canção que aborda a descolonização da língua. 

Meu Bairro, Minha Língua” propõe em seus versos a redescoberta de nossas raízes, heranças culturais e relações históricas, por intermédio de vozes potentes de artistas de Portugal, Brasil e Cabo Verde. 

A música fala de reconexão e reconstrução de laços. E também do pensamento de uma nova lusofonia, necessário neste período de pandemia, quando muitas vozes ecoaram por direitos ainda não conquistados“, comenta o compositor Vinicius Terra, que é rapper da Pavuna (bairro periférico do Rio de Janeiro), ativista cultural e professor de português e literatura.

Vozes consagradas do universo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), como Elza Soares, Linn da QuebradaSara CorreiaDino D’Santiago, além do próprio Vinicius Terra, participam da iniciativa. “O empoderamento da sociedade civil se dá por meio de iniciativas como o Vidas Negras Importam e o movimento LGBTQIA+.  Todos ligados por uma narrativa de pensar a memória afetiva por intermédio da língua e de seus bairros de origem”, destaca Vinicius

A música, produzida à distância devido à pandemia da COVID-19, conta com videoclipe, documentário e uma websérie (em 8 episódios, já disponíveis em www.youtube.com/viniciusterrabr) sobre o processo criativo da canção.

Além da transmissão no Youtube, a websérie foi exibida na RTP África (canal de TV com alcance em Portugal e em todos os países de língua portuguesa do continente africano). Após o lançamento da canção/videoclipe a websérie ganhará também transmissão no Canal Futura e no Globoplay.

A música “Meu Bairro, Minha Língua” está disponível nas plataformas digitais em 30 de julho, um dia antes da reabertura do Museu da Língua Portuguesa. “Esta música representa um processo de reaproximação, de intercâmbio de ideias sobre aquilo que se perdeu na travessia do Atlântico e sobre o que precisamos descolonizar para sentirmo-nos representados na língua portuguesa. Ter o timbre da rainha Elza misturada à voz da nova revelação do fado Sara Correia, ou do meu mano Dino D’Santiago e sua perspectiva caboverdiana com a maravilhosa Linn da Quebrada numa letra que compus é de uma alegria sem tamanho pra mim. É o regresso à Pavuna em contato com periferias urbanas de nosso idioma. É como se estivesse no Capão Redondo, Kova da Moura e Quarteira no mesmo segundo dentro de cada verso”, afirma o idealizador do projeto.

O projeto tem foco na percepção das mudanças no idioma e em como cada artista local compreende e percebe a questão linguística e a memória afetiva de seu bairro de origem em suas criações.

A música conta ainda com a colaboração do duo português Lavoisier e a produção musical da cantora Mahmundi e do percussionista Gabriel Marinho. O videoclipe, a websérie e o documentário foram dirigidos por Victor Fiúza (diretor do clipe “Ok Ok Ok”, de Gilberto Gil, e de documentários como “Racionais MC’s: Uma História Musical” e “Quatro Dias Com Eduardo“). O projeto foi patrocinado pela EDP Brasil

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