No sábado, 22 de outubro, o Museu da Cultura Hip Hop do RS abre suas portas pela primeira vez para a comunidade, promovendo a primeira edição do projeto Museu Mais Cores. Com 12 atividades gratuitas entre oficinas de Graffiti, Rap, Breaking, DJ e Conhecimento e performances, a programação também marca a inauguração da área externa do museu, que conta com pinturas em graffiti de 10 artistas.
O projeto Museu mais Cores ocupará artisticamente o complexo do Museu da Cultura Hip Hop RS antes da sua inauguração oficial, durante os meses de outubro, novembro e dezembro, proporcionando uma aproximação da comunidade local e Hip Hopers com o espaço coletivo e popular. A primeira celebração Hip Hop do museu inicia a partir das 14h e conta com oficina de arte-educação sobre poesia, batalha de conhecimento para mulheres e pessoas LGBTQIAP+, oficina de dança Breaking, oficinas e painel de graffiti, de DJ, além de performances do DJ Nezzo, BBoy Uil, Restinga Crew, Negra Jaque e RAPajador.
As atividades do Museu Mais Cores foram selecionadas através de edital público, que recebeu mais de 117 inscrições de Hip Hopers de todo Rio Grande do Sul, em um longo processo de curadoria e seleção dentro dos cinco elementos da Cultura Hip Hop – DJ, Rap, breaking, graffiti e conhecimento. Foram selecionados 40 artistas e coletivos de 15 cidades como Porto Alegre e região metropolitana, Pelotas, Santa Maria, Tramandaí, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, que integram a programação ao longo dos próximos meses.
Área externa contou com pintura de empena e murais
O grafiteiro Trampo, um dos curadores do Museu do Hip Hop, convidou a artista Gugie, de Santa Catarina, para assinar a arte da empena localizada no pátio do museu, intitulada Leia-SI. O trabalho de Gugie também pode ser conferido no mural Aurora Negra, localizado no Centro Histórico, onde a artista assina o projeto ao lado de outros três criadores. Para a execução da pintura da área externa, nove artistas locais foram convidados: Moxa, SKILO, ALN, Triafu, JAQUE VIEIRA, Dm.tinta, Bina, Dana Luz e Shap Paint, que receberam formação e treinamento em NR35, além de exames médicos e seguro saúde, qualificando-os para futuros trabalhos em altura.
Segundo Gugie, a grafitagem da empena é a maior feita com andaime fachadeiro do RS, com 360 metros quadrados pintados e 300 litros de tinta e 50 latas de spray utilizadas. Ao longo de 20 dias, além de auxiliarem na pintura da empena, os artistas locais também assinam as pinturas do muro e da quadra poliesportiva do museu, recém-reformada, criando uma grande exposição a céu aberto.
O Projeto Museu Mais Cores conta com o financiamento do Pró-Cultura – RS – Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, patrocínio de Tintas Renner e Lojas Quero Quero.
Estufa Agroecológica deve fornecer mais de 6.000 hortaliças por mês
Há poucos dias o Museu da Cultura Hip Hop RS inaugurou a Estufa Agroecológica Periférica Flor do Gueto, nome que homenageia a rapper e ativista Malu Viana. No dia 22 será possível adquirir vegetais orgânicos produzidos no local, como alface (crespa e lisa), rúcula, repolho, beterraba e tempero verde. A estrutura de 170m² conta com 21 calhas de produção, com capacidade produtiva estimada em 1.750 plantas por plantio, que conta com supervisão e capacitação do com a previsão de fornecer em torno de engenheiro agrônomo e consultor técnico de horticultura Evandro Galarca. A previsão é que a estufa forneça em torno de 6.000 hortaliças por mês, que serão comercializadas, doadas e também consumidas no local.
A Estufa Flor do Gueto irá compor o roteiro de visitação e ação educativa continuada do Museu da Cultura Hip Hop RS, com oficinas de educação ambiental e Hip Hop, distribuição de mudas, cestas básicas e brindes aos visitantes e sua implantação contou com apoio do Ministério Público do Trabalho no RS e Instituto SLC. Malu Viana foi uma ativista social e política, militante negra antirracista e artista do Hip Hop. Flor do Gueto partiu precocemente, dia 12 de junho de 2021, aos 47 anos, após sofrer um infarto. Natural de Porto Alegre, aos 15 anos ela já conquistava espaço como líder estudantil e na música em paralelo. Rapper, radialista, educadora social, produtora cultural, marcou presença nas principais lutas de sua geração atuando direta ou indiretamente nas causas das mulheres, jovens negros e negras periféricos.
Inauguração do Museu da Cultura Hip Hop no RS está prevista para o primeiro semestre de 2023
O Museu da Cultura Hip Hop RS é o primeiro da América Latina dedicado ao movimento, com uma ampla estrutura de um espaço físico para celebração, preservação e resgate histórico da cultura Hip Hop desenvolvida no Rio Grande do Sul.
Com expectativa de 30 mil visitações ano, o complexo contará com quase 6 mil itens de acervo físico e digital sobre a história do Hip Hop gaúcho, estruturado com salas expositivas, estúdio musical, atelier de oficinas, café, loja, estufa agroecológica, biblioteca, quadra poliesportiva, CT de breaking, em uma área de quase 4 mil metros quadrados na Vila Ipiranga em Porto Alegre. Inspirado no The Universal Hip Hop Museum nos EUA, o Museu é uma iniciativa coletiva da Associação da Cultura Hip Hop de Esteio e objetiva o fortalecimento de outros estados brasileiros para criação de museus, organizando rede capaz de construir o Museu Brasileiro da Cultura Hip Hop nos próximos cinco anos.
Com projeto arquitetônico executivo assinado pela Goma Oficina em parceria com o Coletivo Uanda e interiores pela Start Interiores, a iniciativa conta com financiamento do Pró-Cultura – RS – Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, patrocínio de Tintas Renner, Lojas Quero Quero e apoio Fitesa, Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Ministério Público do Trabalho no RS, Consulado Geral dos Estados Unidos e Instituto SLC. Para mais infomações, acesse instagram.com/museuhiphoprs.
Museu Mais Cores – primeira edição
Sábado 22 de outubro, 14h
Rua Parque dos Nativos, 515, na Vila Ipiranga
Programação
HORA | ATIVIDADE | ELEMENTO |
9h – 18h | Grafitagem com ICE | Graffiti |
9h – 18h | Grafitagem A expressão da mulher negra com Sol | Graffiti |
14h – 15h30 | Oficina Rima é Poesia | oficina conhecimento |
14h – 16h | Oficina Quebrando as Expectativas | oficina breaking |
14h – 15h | Oficina de DJ com Canini | oficina DJ |
14h – 16h | Graffiti: oficina com a magia da floresta para crianças com Ali | oficina graffiti |
15h – 18h30 | DJ Nezzo | DJ Set |
16h – 17h | Batalha de Conhecimento | oficina de rap |
17h | Bboy Uil | Breaking solo |
17h15 | Show Linha de Cura Negra Jaque | Rap solo |
18h | Espetáculo Cotidiano Urbano – Restinga Crew | Breaking crew |
18h30 | Show RAPajador | Grupo de Rap |
14H – OFICINA RIMA É POESIA
com Paulina da Rosa Magalhaes – Caxias do Sul
Número de vagas: 16
Inscrições: por ordem de chegada
Oficina de arte-educação sobre Poesia com a materialização através de bolsas sustentáveis; comemoração dos 17 anos da Nação hip hop Brasil. Cada aluno receberá um kit de artes para a produção do artesanato, com uma bolsa de algodão orgânico (que será ofertada como participação), com lápis, borracha, folhas de ofício e pincel (o material será recolhido no final da oficina).O uso de canetas, tintas, carimbos, spray, etc, será de escolha de cada participante.
A Formadora Paulina da Rosa Magalhães é poetisa, educadora social e há 3 anos trabalha como artista-empreendedora com o Projeto Poesia na Bolsa.
14H – OFICINA DE BGIRLING: QUEBRANDO AS EXPECTATIVAS
Com Louise Lucena – Porto Alegre
Oficina de dança Breaking em que os fundamentos do Breaking (toprock, footwork e freeze) serão trabalhados a partir do caráter da imprevisibilidade, como estratégia e intervenção crítica e reflexiva sobre e a partir da criação e expressão estética do bboy e da bgirl.
Louise Lucena possui trajetória nas danças urbanas há mais de 20 anos. Iniciou seu processo no Hip Hop freestyle e em 2006 migrou para o Breaking. Faz parte da crew Bsbgirls-DF e atuou profissionalmente em competições até 2014. Em 2019 foi indicada ao prêmio Açorianos na categoria destaque melhor bailarina e trabalhou em parceria com a rapper Negra Jaque no lançamento do seu álbum Diário de Obá. Em 2020 iniciou seus primeiros espetáculos solo mesclando o audiovisual e a fotografia.
14H – OFICINA DE GRAFFITI: A MAGIA DA FLORESTA PARA CRIANÇAS
ALI (Alice Mendes Thume) – Porto Alegre
Arte intuitiva onde contém energia canalizada com elementares da floresta. Trazendo, cura, harmonia e alegria para o ambiente. A ideia para o Museu é trazer os animais de poder da floresta Amazônica em forma de respeito e cura, utilizando técnicas do graffiti para expressão. Formada em Design de Moda e Publicidade, experiência na cena como criadora em marcas de skate, ações sociais.de graffiti em comunidades do RS, SC, PE sempre levando as cores como forma de cura para os locais.
14H – OFICINA DE DJ
DJ Canini (Gustavo Petersen Canini) – Porto Alegre
Oficina demonstrativa de técnicas de scratch, mixagens, manuseio e saberes da arte dos toca discos. Ex aluno da Oficina de DJs do DJ Deeley(Da Guedes), ex integrante dos Grupos Intuição de Rua, Família Sarará e 288. Já tendo se apresentado em diversas casas noturnas de Porto Alegre, Litoral e interior do Estado. Recentemente firmando parceria, gravando músicas e videoclipes com diversos MCs, entre eles, Xis, Phantom, Zonésio, Titi, Preto X, Masia One, Bokka Rica, Fiapo, Gigante no Mic, Bennytz e Forms.
15H – DJ NEZZO
Ademir Porto Cavalheiro – Porto Alegre
Set que fará um trânsito entre os diversos períodos musicais dentro da Cultura musical, desde seus primórdios no SOUL e no FUNK, até os clássicos internacionais e nacionais. Ademir Cavalheiro, ou simplesmente Dj NEZZO Começou sua história cultural e musical no final dos anos 70, como dançarino de SOUL no Grupo Ballet Black Five.É um dos arquitetos da Cultura Hip-Hop do Brasil, sendo pioneiro na construção dessa arte no Rio Grande do Sul a mais de 30 anos. Foi um dos criadores do 1º grupo de dança de rua do estado, campeão dos 1ºs concursos de Breakin e de DJ do RS e é o mais antigo MC do RAP gaúcho em atividade.Fez vários shows e participações em eventos de diversos estados, além de palestras e workshops em várias universidades, faculdades e escolas do país. Foi também diretor e apresentador do 1º programa de Hip-Hop em tevê aberta do Brasil- Hip-Hop Sul, na TVE. Atualmente é produtor e integrante do Projeto CYPHER SUL, integrante do Projeto EXPRESSO BLACK, e também estudioso e praticante da arte DJ, onde mescla em seu set várias vertentes da Black Music, usado sempre como instrumento principal os Toca-Discos
16H – OFICINA BATALHA DE CONHECIMENTO
Batalha das Monstras – Mariana Abreu Marmontel – Porto Alegre
Exclusiva para mulheres e pessoas lgbtqiap+
Número de vagas: 16
Inscrições: por ordem de chegada
Uma batalha de conhecimento para mulheres e pessoas LGBTQIAP+ . A Batalha das Monstras teve sua primeira edição no dia 17 de dezembro de 2017. É uma batalha de conhecimento, de freestyle (estilo livre – geralmente com palavras sorteadas) e de sangue exclusiva para mulheres e pessoas lgbtqiap+. Acontece na cidade de Porto Alegre – RS. A batalha inicialmente foi pensada apenas para mulheres, e por uma necessidade de inclusão de outras realidades que também são marginalizadas e excluídas, foi amplificada para receber pessoas da comunidade lgbtqiap+. Até onde se sabe, é a única batalha periódica da região que tem essa especificidade e atualmente acontece uma vez por mês.
17H – BBOY UIL
Uiliam Reis dos Santos – Porto Alegre
Será realizado uma apresentação de dança Breaking com passos básicos de fundamentos e evolução da mesma. Sou atuante desde 2006 em grupos, companhias, Crews, Viagens, capacitações, cursos batalhas de dança e atuando como Arte Educador, Coreógrafo, bailarino
17H – SHOW LINHAS DE CURA
Negra Jaque (Jaqueline Pereira) – Porto Alegre
Linhas de Cura, um projeto de arte feminina, forte e potente, um show de 45 min, com a artista e DJ, com a apresentação de rap e Slam. Com 15 anos de carreira musical, 3 álbuns lançados de maneira independente e uma trajetória consolidada no estado do Rio Grande do Sul, Negra Jaque utiliza de seu trabalho para abrir caminhos para a cultura de rua e periférica no Rio Grande do Sul.Apresentou o festival Coliga no Museu do Mar no RJ, Recebeu o prêmio Troféu Periferia pela ORPAS SP. Reconhecimentos como estes somados às ações coletivas que Negra Jaque participa, como a construção da Casa de Cultura Hip Hop do Morro da Cruz, potencializando ainda mais seu trabalho cultural em sua cidade. Também em 2020, Negra Jaque lançou dois singles , “”Maria Madalena”” e “”Cantando Eu Vou””. As produções contam com a participação de profissionais de renome no cenário nacional, como o saxofonista Lukas Lima (Marcelo Falcão) e o engenheiro de masterização Maurício Gargel (Emicida, Arnaldo Antunes, Rael, Drik Barbosa, entre outros).
18H – RESTINGA CREW APRESENTA COTIDIANO URBANO
Restinga Crew (Julio Cesar Oliveira de Oliveira) – Porto Alegre
O espetáculo usa o universo das vivências de cada bailarino urbano para resgatar o que tem de mais essencial no dia a dia de cada um. Restinga Crew em todos os cantos Norte, Sul, Leste, Oeste, Centro que mostra os relatos dos componentes do grupo, o corpo de cada intérprete vai mostrando a narrativa, adotando a música como elemento principal da montagem vivida. Mostrando coisas da vida onde nem tudo sai da forma que imaginamos ao acordar, sair para trabalhar, pegar o ônibus lotado ou até mesmo estar na parada e o ônibus não parar e chegar atrasado no trabalho.
Já na terceira geração de B. Boys do bairro Restinga, localizado na zona Sul de Porto Alegre, o grupo, que surgiu naturalmente através da troca entre oficineiros e oficinandos, tem o Hip Hop como principal instrumento de resgate social e autoestima.
18H30 – SHOW RAPAJADOR
Rudimar Souza Camargo – Caxias do Sul
Resultado de uma mistura entre o rap e a Pajada (Payador em castelhano, quer dizer repentista) surgiu no ano de 2018 uma parceria do rapper Chiquinho Divilas, do acordeonista Rafa De Boni e o DJ Hood, o “RAPAJADOR”, com o objetivo de representar a tradição do Sul através da rima e a essência musical do Rio Grande do Sul.
Chiquinho Divilas – Rapper
Rafael De Boni – Acordeonista
Dj Hood nos Toca Discos
O Rap é um gênero musical com rimas e poesias e que aliado ao som do acordeon, bombo leguero, violão recebe um tempero regional. Desde então, o grupo tem realizado diversas apresentações em escolas da cidade e também teve participação no Festival Brasileiro de Música de Rua 2018.
Com um discurso que mergulha na história da cultura afro-brasileira no estado do Rio Grande do Sul, através de rap, empoderando os negros e valorizando uma história que pouco foi abordada no RS. Além da mistura latino-americana, reverberando essa sagacidade de um povo aguerrido. O Projeto Rapajador tem como escopo a união entre duas manifestações artísticas presentes na cultura brasileira, mas com “sotaques” diferenciados, vez que, tanto o rap quanto a pajada (payada), tem como principal fundamento o verso – tanto escrito quanto improvisado. A linguagem que se busca com o Rapajador é atrair o público para a cultura regional rio-grandense com a fluência do rap, tendo como elo de ligação o acordeon – instrumento típico do RS e o verso e linguajar gaúcho, sem, com isso, torná-lo caricato.
Nomes como Jayme Caetano Braun (RS) e Mano Brown (SP) servirão como base para as letras e arranjos que contarão com a participação do DJ Hood, que mixará temas e batidas tipicamente sulistas com a batida característica do rap. Ainda, a utilização de termos e expressões mais regionais irá abarcar um público-alvo que geralmente não aprecia o rap, mas que é carente da mensagem em que é pautado o trabalho do rapper Chiquinho Divilas
GRAFFITI: EXPRESSÃO DA MULHER NEGRA
Sol (Ariel Lexistão Silveira) – Rio Grande
Construir um painel com o tema, Mulher negra e a resistência cultural, um painel que expresse a força e a importância da organização feminina em coletivos e frentes de luta, enfrentamento ao machismo, sexismo e racismo, no quadro pretende-se ilustrar as dificuldades da vivência urbana, seus desafios, lutas, vitórias e suas conquistas.
Conhecida como Sol, Ariel é artista, militante do movimento Hip Hop, defensora dos direitos humanos e ativista em lutas sociais das mulheres, juventudes, minorias e movimento Negro. Grafiteira e dançarina de Breaking, desenvolve seu trabalho em varias cidades do RS, sua cidade de origem é Rio Grande, seus trabalhos vai desde ilustrações, quadros, customização de roupas e painéis, os temas de suas criações são sóciais e lúdicos, temática q desenvolve junto a sua militância. Atuando atualmente no projeto tecendo em tinta preta, que foi desenvolvido na casa de cultura Mário Quintana, uma ideia de economia criativa e sustentável, participar do coletivo sindicato das gangues que vem como proposta a prática de dança.”
GRAFFITI COM ICE
Ice (Novo Hamburgo / Alvorada)
Grafiteiro e arte educador desde 1999. Ministrou inúmeras oficinas de Graffiti em Porto Alegre, Vale dos sinos, Vale do Paranhama e outros estados. Participou do Fórum Social Mundial 2003 e 2010 e foi um dos fundadores da AHVS associação de hip hop do vale do sinos em Novo Hamburgo. Palestrante e militante da cultura hip hop.