O centro de Goiânia é um interessante território pra “dar um giro”, um rolê, conhecer o que há de mais pulsante da cultura (sub)urbana. E o Museu das Favelas de São Paulo escolheu este espaço para dar início à segunda itinerância da exposição Favela É Giro. A mostra, que visa levar a arte contemporânea periférica para diversas regiões do Brasil, está em cartaz no Centro Cultural Octo Marques (Rua 4, centro) até o dia 2 de outubro, com entrada gratuita. Esta é a primeira vez que o Museu chega na capital goiana com uma mostra.
E a experiência da visita é literalmente girar entre as obras para apreciar cada uma delas. Com curadoria de Bruna Gregório, estão expostas de forma circular 20 artes entre fotografias, documentário e videoclipe, que celebram as favelas brasileiras. O conceito central é desmistificar a imagem estereotipada das periferias, apresentando-as como centros pulsantes de cultura, criatividade e resistência.
A abertura do Favela É Giro em Goiânia contou com a presença de mais de 170 pessoas, entre artistas, influenciadores e lideranças comunitárias. Entre elas, a indígena antropóloga Joana Porto, que destacou a pluralidade da exposição.
“Eu me sinto contemplada por estar em uma mostra tão rica, tão plural também. É muito bom a gente, que é indígena em contexto urbano, se encontrar dentro de uma exposição que realmente acolhe, onde a gente se sente representado”, pontuou Joana.
A exposição conta com a participação de diversos artistas do Brasil, em suas mais variadas técnicas de artes visuais. De Goiânia, estão presentes o Batalhão das Gravadeiras, João Ferré, Lucas Bororo, Mayara Varalho e Marcelo Ramalho. Do Espírito Santo, participam Iaiá Rocha, Viviane Nascimento, Ara Poty Mirī Txapya (Dayanne Guarany), De Santanna (Dimas) e Meuri Ribeiro. Representando a região de São Sebastião, estão Brenalta MC, Edmarlei, Swell Nobrega, Juvenal Pereira e Jorge Mesquita. De Ferraz, participam Fabrício, Micke Tranbiks, Anubis, além da dupla Silas Nascimento e Lucas Bezerra.
Favela É Giro apresenta os “giros” que ocorrem nas mais diversas formas de território, seja no quilombo, na favela, nas aldeias, sertões ou palafitas. Para a composição das obras, foram selecionados três pesquisadores de algumas das regiões por onde a exposição passará. O time foi composto pela artista pesquisadora Xica de Goiânia, pela fotógrafa Ana Luzes, de Vitória, e pelo rapper, pesquisador musical, ator e professor Brenalta MC, de São Sebastião.
Nos próximos meses, o projeto deve passar também por Vitória (ES), São Sebastião, Ferraz de Vasconcelos e São Paulo (SP). Favela É Giro tem o apoio institucional da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e da EDP, empresa que atua em todos os segmentos do setor elétrico.
Exposição itinerante “Favela é Giro”
Período em cartaz: De 29/08 a 02/10
Funcionamento: Segunda a domingo, das 9h às 17h (exceto feriados)
Local: Centro Cultural Octo Marques- Edifício Parthenon Center, R. 4, 515 – St. Central / Entrada pela R. 7.
Classificação indicativa: Livre
Entrada gratuita.
Saiba mais em museudasfavelas.org.br
