Nathy Peluso, a dinâmica “Business Woman”, está de volta com seu aguardado novo álbum, “GRASA”. Este lançamento é o mais revelador até agora, repleto de reflexões pessoais e mostrando solidamente sua evolução no hip hop, música tropical e baladas.
“Esta ambição me está matando” define o tom para “GRASA” com a ousada faixa de abertura “Corleone”. Esta frase encapsula os temas do álbum, que marca seu primeiro lançamento em quatro anos desde o vencedor do Latin GRAMMY Calambre. Em “GRASA”, Nathy compartilha um lado mais íntimo e pessoal, sem medo de explorar as dificuldades e crises criativas associadas à fama e ao sucesso.
Co-produzido e co-escrito por Nathy e o músico e produtor venezuelano Manuel Lara (conhecido por seu trabalho com Kali Uchis e Bad Bunny), “GRASA” se inspira em referências diversas, incluindo a grandeza cinematográfica da máfia, salsa dos anos 1970 de Nova York e ícones contemporâneos como Kendrick Lamar. Esta mistura cria um som contemporâneo que reflete o momento artístico atual de Nathy, enquanto ela ultrapassa limites e desafia expectativas.
Desde seu álbum de estreia aclamado em 2020, Nathy conquistou a cena musical global com sucessos ao lado de Bizarrap, C. Tangana e Tiago PZK, apresentações no Coachella, shows esgotados no Movistar Arena em Buenos Aires e turnês por toda a Espanha. No entanto, seu zelo característico e ética de trabalho intensa tiveram um custo pessoal. Em 2022 e 2023, ela se dedicou imediatamente a trabalhar no material para um novo álbum. “Eu me sentia alienada de mim mesma”, diz Nathy, sobre como o trabalho árduo afetou sua saúde mental e criatividade. “Eu era como um robô me dizendo, ‘Sou uma gladiadora’. Mas tive que reaprender a desfrutar das coisas simples da vida que não eram trabalho.”
“GRASA” está ancorado em três pilares musicais: hip hop, tropical e baladas/jazz, todos os quais ela domina com sua versatilidade característica. Nathy diz que, tematicamente, “é habitado pela minha intimidade e honestidade. Talvez outras [canções anteriores] fossem mais fantasiosas ou imaginárias. Este é um álbum muito pessoal.”
A sensação cinematográfica de GRASA também está fortemente representada no componente visual, com videoclipes de todas as faixas dirigidos por Agustín Puente e produzidos por The Movement by Landia. Cada vídeo é filmado em tomadas sequenciais e segue a partir do anterior como um filme; todos emoldurados em um cenário que apresenta um apartamento kitsch tingido por vícios e excessos, confronto com autoridade uniformizada, e a performance de Nathy diretamente para a câmera como o ponto central.
Em “Todo Roto” feat Ca7riel e Paco Amoroso, Nathy não se contém, e “Aprender a Amar” é um hino ao amor-próprio, co-escrito e co-produzido pelo artista indie alternativo pablopablo. “É como um mantra”, diz Nathy. “É essencial, e não acontece da noite para o dia. Você precisa trabalhar nisso até o dia em que morrer.”
Em “Manhattan”, com a participação do artista de trap argentino Duki, Nathy faz rimas com honestidade crua para os haters. Em “Envidia”, com uma introdução de C. Tangana, ela critica como a sociedade pode ser venenosa, mas de um ponto de vista humorístico. “O humor é o que me mantém viva”, diz Nathy. “Deus sempre lhe dará uma oportunidade, mas cabe a você aproveitá-la ou desperdiçar sua energia se preocupando com os negócios dos outros.”
“La Presa” marca a terceira canção de salsa no repertório de Nathy, depois de “Un veneno” e “Mafiosa”. Esta música, no estilo clássico de Héctor Lavoe ou Rubén Blades, conta com os cantores e produtores venezuelanos Servando Primera e Yasmil Morrufo, e backing vocals dos membros do El Gran Combo de Puerto Rico. Nathy também conta com o produtor e multi-instrumentista inglês Dev Hynes (também conhecido como Blood Orange) na faixa melancólica “El día que perdí mi juventud” (O dia em que perdi minha juventude).
Na Argentina, ‘grasa’ pode significar ‘algo de mau gosto’ ou ‘vulgar’. Mas Nathy, como sua música, não se limita a uma única definição: pode ser a forma como ela exibe seu corpo que não se encaixa no molde heteronormativo, ou como ela saboreia abertamente uma fatia de pizza em público. Ou pode evocar a riqueza de seus arranjos musicais, ou mesmo sua atitude fervorosa e dedicada em tudo o que faz, dentro e fora do palco. Nathy destaca a palavra e quer torná-la parte de seu universo: “Para mim, é um estado de espírito, um modo de vida”, diz ela.
Em uma indústria muitas vezes caracterizada pela superficialidade, a genuinidade de Nathy brilha, lembrando-nos que é possível ser uma mulher ambiciosa e poderosa, ao mesmo tempo que mostra vulnerabilidade. Ela continua sendo uma mulher de negócios, mas a luta também faz parte do caminho. E em “GRASA”, Nathy nos mostra sua jornada. “Nunca passa pela minha cabeça desistir. Nunca. Mas, a que custo?” ela diz. “Neste álbum, sinto que posso contar minha história de uma perspectiva mais saudável, depois de ter curado certas coisas, mas compartilhando tudo o que foi necessário para chegar aqui.”