O álbum inaugural de Sumano, intitulado “NORTES”, transcende o âmbito musical, revelando-se um projeto de vida profundamente enraizado em reflexões das problemáticas sociais que permeiam a região norte do Brasil. Previsto para ser lançado em 10 de novembro, o disco é coleção de dez faixas, enriquecida por colaborações de artistas do rap como Victor Xamã, Moraes, Roxy, Nill, Malu Guedelha, Karen Francis, Drin Esc, Nic Dias e Kurt Sutil.
A produção de “NORTES” foi possível graças ao patrocínio da Natura Musical, que apoia ativamente artistas independentes, em conjunto com a Lei de Incentivo Semear e o apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Pará. Ouça o álbum em todas plataformas de música.
O projeto foi selecionado por Natura Musical, no Edital 2020, ao lado de nomes como Festival MANA, Festival Psica, Mestas do Pará, Nação Ogan e Nic Dias. Ao longo de 18 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 600 projetos, entre nomes consagrados como Emicida, Russo e Antônio Carlos e Jocafi, Dona Onete e João Donato; artistas em ascensão como Linn da Quebrada, Rico Dalasam; e projetos de registro e fomento de cenas, como Os Tincoãs e Mostra Pankararu de Música.
As linhas de Sumano foram ponto de partida para um projeto que não se conteve só com os diferentes beats de rap para se tornar real. Precisou de cor, luz e sombra para criar um registro inédito sobre uma parte da Amazônia ainda desconhecida. Abrindo a temporada de “NORTES”, Sumano lançou um vídeo manifesto com imagens de sua comunidade, a Vila Menino Deus, que fica às margens do Rio Anapu, no município de Igarapé Miri, no Pará. São as pessoas desse lugar a fonte das reflexões que Sumano traz em sua música.
Como em “Craque”, o primeiro single de seu álbum de estreia que deu um aperitivo do disco. Na música e videoclipe, Sumano nos apresentou um vislumbre das vivências em sua comunidade, que moldaram seu ponto de vista sobre o mundo, através de sua relação com o futebol. Nesse contexto, o rapper apresenta uma história de um jovem nortista mostrando dois lados do viver na periferia amazônica: uma mais agressiva e sobrevivente, e a outra questionando o que é esperado daqueles que vivem em territórios marginalizados como o seu.
Euller Santos, nome de batismo de Sumano, 28 anos, além de rapper é também professor de geografia. Ele compartilha seu conhecimento na própria comunidade, situada no nordeste do Pará, onde ministra aulas para crianças e adolescentes cujas experiências de vida se assemelham muito às suas. A escolha de sua profissão e local de trabalho não é aleatória, mas sim um testemunho de seu compromisso com a comunidade e com a juventude desse território.