O poder transformador da música é o caminho norteador de “O Futuro é Ancestral”, através da potência do encontro entre os cantos originais indígenas com as batidas pulsantes do pop, hip hop e música eletrônica criam uma sonoridade inovadora. O projeto foi iniciado em 2021 e algumas de suas músicas já marcaram presença em eventos internacionais como Global Citizen Live (2021), na sede oficial da ONU em Nova Iorque, em parceria com o Pacto Global da ONU, para a pré-abertura da Climate Week (2022 e 2023) e recentemente o pré lançamento do álbum no GRAMMY Museum em Los Angeles.
Essa trajetória que ilumina a música ancestral brasileira conecta a nova geração de indígenas às plataformas contemporâneas da música. É um testemunho da resiliência do patrimônio indígena e seu papel crucial em nossa jornada coletiva de reconexão com a natureza e construção de um futuro sustentável.
“Nossa colaboração com Alok permitiu gravar e atualizar nossa música, garantindo sua passagem entre gerações para os povos indígenas e também não indígenas”, fala Rasu Yawanawa, um dos artistas que integra o trabalho.
“O canto ancestral indígena tem essa força incrível de atravessar o coração das pessoas a ponto delas irem embora do show e a alma continuar dançando (…) Não basta reconhecer a força do canto, é preciso ajudar a proteger o corpo e as vozes de quem canta”, diz Célia Xakriabá.
O álbum lançado neste 19/04, quando se honra e celebra o Dia dos Povos Indígenas, é resultado de um trabalho de cerca de 500 horas em estúdio, envolvendo mais de 50 músicos para dar voz e corpo às oito faixas entoadas pelas etnias Huni Kuin, Yawanawa, Kariri Xocó, Guarani Mbyá, Xakriabá, Guarani-Kaiowá, Kaingang e Guarani Nhandewa e uma nona faixa remix, resultado da coprodução entre Alok e Maz para a música “Sina Vaishu”. A capa do álbum tem a base artística da obra de Denilson Baniwa – “Metrô-Pamuri-Mahsã” que faz reverência à Jiboia, um importante elemento da cosmovisão indígena.
O trabalho reafirma a importância dos indígenas ocuparem os mais diversos espaços sociais e culturais da sociedade. “O Futuro É Ancestral” tem o reconhecimento da UNESCO como ação relevante para a “Década Internacional das Línguas Indígenas”.
“Quando procuramos soluções para o impacto causado pelas mudanças climáticas, a única certeza que eu tenho é que precisamos ouvir o que a natureza tem a dizer, e a melhor maneira para isso, é através da música dos guardiões das florestas. Hoje me sinto honrado em poder ser uma plataforma para amplificar as vozes da ancestralidade indígena. Vocês verão que não é preciso entender os idiomas indígenas para sentir o que eles têm a dizer. ‘O Futuro É Ancestral’ não é somente um projeto musical, ele é um movimento para reflorestar o imaginário da nossa sociedade e sua percepção em relação aos povos indígenas e a importância de sua presença em múltiplos territórios.”, pontua Alok.
Os cânticos presentes em “O Futuro É Ancestral” estão em línguas nativas e para além de serem entendidas, são para serem sentidas. “Sina Vaishu” (Yawanawa) fala sobre seguir o caminho dos ancestrais e sobre uma mudança de pensamento. “Yube Mana Ibubu” (Huni Kuin) é extensão de uma oração e clama pela sobrevivência. “JARAHA” (Guarani-Kaiowá) é um rap que fala sobre a vontade de retomada de suas terras. “Canto do Vento” (Kariri Xocó) é um canto de conexão com os ancestrais e com a vida. “Rap Nativo” traz as palavras de um guerreiro, sobre sua cultura e ligação com o divino. “Sangue Indígena” (Kaingang) é um o grito de batalha pela defesa da vida e das terras indígenas. “Pedju Kunumigwe” (Guarani Nhandewa) um convite para ouvir o som dos pássaros e da natureza. “Manifesto Futuro Ancestral” (Célia Xakriabá) propõe uma reflexão sobre a origem cultural brasileira e traz a força da palavra indígena na sua luta e poesia.
O lançamento é um convite para que o público mergulhe na paisagem sonora de “O Futuro é Ancestral”, onde cada faixa conta uma história de inovação, resiliência e ressurgimento cultural.
Deixe a música transportá-lo para novos horizontes e, enquanto você se move no ritmo, lembre-se do profundo impacto de preservar nossas raízes – não apenas para hoje, mas para os incontáveis amanhãs que poderemos construir. A partir da imersão no processo criativo do álbum, o encontro se transformou em um documentário musical de mesmo título produzido pela Maria Farinha, em finalização e com lançamento previsto para o segundo semestre.
Neste sábado, dia 20/4, pela primeira vez no Brasil, os músicos indígenas se apresentam com Alok no show que celebra o aniversário da cidade de Brasília: BSB 6.4.
Outro elemento é a criação da “Coleção Som Nativo”, que inicialmente irá lançar sete álbuns com mais de 80 cânticos indígenas tradicionais e contemporâneos, objetivando construir um acervo de alta qualidade de gravação.
O Instituto Alok já investiu mais de R$4,5 milhões em ações nas áreas da cultura, tecnologia, sustentabilidade, educação, saúde, agricultura, segurança alimentar e promoção de direitos, voltados aos povos indígenas brasileiros.