O rapper palestino-canadense Belly lançou de surpresa um novo álbum intitulado “96 Miles From Bethlehem”, que é descrito como sendo sobre “o presente, a maldição e o destino de ser palestino”, mas é claramente inspirado na guerra em Gaza. O artista de 40 anos, cujo nome verdadeiro é Ahmad Balshe, nasceu na cidade palestina de Jenin, na Cisjordânia ocupada por Israel – que fica a 155 quilômetros de Belém, como diz o título do álbum – mas se mudou para o Canadá com sua família quando ele tinha 7 anos. Ouça nas plataformas de áudio.
O breve álbum de nove músicas é, não surpreendentemente, uma audição sombria, com seu estilo de rap (que muitas vezes lembra o antigo Kanye West) contrastando com os ritmos sinistros de muitas das músicas, que também apresentam segmentos falados em árabe e ocasionais melodias do Oriente Médio. Foi lançado pela Universal Arabic Music (fundada pelo empresário do Weeknd Wassim “Sal” Slaiby em 2021) e conta com participações especiais de outros artistas palestinos Elyanna, Saint Levant e MC Abdul e contribuições de produção de DaHeala (The Weeknd) com instrumentistas tradicionais.
As letras, nem é preciso dizer, são angustiantes e muitas vezes apresentam uma perspectiva palestina sobre a guerra em Gaza. Alguns estão com raiva e acusadores, mas a maioria está triste – “Jenin’s Song” traz letras sobre a cidade natal de Belly como se fosse uma mulher.
Depois de lançar sua carreira no início dos anos 2000, Belly se tornou um dos rappers de maior sucesso na história canadense, mas entrou em um hiato por vários anos e se concentrou em composições e produção com o Weeknd, e participou de muitos de seus maiores sucessos, de “The Hills” (que conta com mais de 2 bilhões de visualizações) para “Blinding Lights”. Ele relançou sua carreira como rapper em 2018 com o álbum “Immigrant”. “Bethlehem” é seu quarto álbum completo.